OLP denuncia maus-tratos a popular líder palestiniano Marwan Barghouti

por Lusa

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) denunciou hoje maus-tratos ao prisioneiro palestiniano Marwan Barghouti, que depois de 20 anos de prisão continua a ser um dos mais populares líderes do movimento.

Barghouti é membro do comité central do Fatah, o partido que controla a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), e está a cumprir, em Israel, cinco penas de prisão perpétua por terrorismo pelo seu envolvimento no planeamento de três ataques contra israelitas durante a Segunda Intifada (2000-2005).

Segundo a OLP, que representa os palestinianos em fóruns internacionais, Barghouti é submetido pelas autoridades prisionais a "isolamento e tortura" na prisão de Megiddo, no norte de Israel, onde está detido.

Enquanto a OLP tem um papel mais externo, a ANP, liderada pela Fatah, tem a seu cargo o governo da maior parte da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, sendo que nesta o controlo foi assumido nos últimos anos pelo movimento radical Hamas.

A denúncia acontece depois de uma visita de advogados a vários palestinianos detidos naquela prisão, que relataram os abusos e espancamentos ao líder palestiniano.

"Os nossos heroicos prisioneiros nos centros de detenção de ocupação estão sujeitos às mais horrendas formas de tortura, abuso, brutalidade e isolamento, a última das quais é o confinamento solitário, tortura e tentativa de coerção, humilhação e espancamentos que os colocam em perigo", descreveu o secretário-geral da OLP, Hussein al-Sheikh.

A queixa da OLP baseia-se em relatórios da Campanha para Libertar Marwan Barghouti e Todos os Prisioneiros, cujos advogados visitaram Megiddo, tendo informado que 13 detidos palestinianos morreram nos últimos meses nas prisões israelitas.

A popularidade de Barghouti está a crescer mesmo entre as novas gerações, muitas delas nascidas após a Segunda Intifada, e o seu nome lidera sistematicamente todas as sondagens quando se pergunta aos palestinianos quem querem que seja o seu próximo presidente, face ao descrédito e à crise de legitimidade de Mahmoud Abbas, atual presidente da ANP.

O Hamas incluiu-o entre as centenas de presos que pretende que sejam libertados num eventual acordo de troca dos reféns israelitas raptados em 07 de outubro -- dia em que o grupo islamita atacou Israel, dando início à atual guerra na Faixa de Gaza -, apesar de Barghouti ser membro do partido rival Fatah, mas Israel não se mostrou favorável à inclusão deste nome.

Em janeiro, Barghouti pediu a um tribunal israelita que fosse retirado do confinamento solitário na prisão de Ayalon, onde estava detido na altura, alegando maus-tratos por parte dos guardas e más condições.

A declaração da OLP também apela às instituições internacionais para que garantam um tratamento justo aos presos palestinianos nas prisões israelitas e exige "a libertação imediata de 7.000 cidadãos da Cisjordânia que foram detidos desde 07 de outubro".

Os militares israelitas reduzem esse número para 3.500 detidos na Cisjordânia ocupada, incluindo mais de 1.500 alegadamente afiliados ao Hamas.

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