Operações em Mossul via Twitter e bodycams

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
Grupo peshmerga avança para Mossul Azad Lashkari, Reuters

A primeira guerra com honras de directo, horário televisivo e acompanhamento das incursões no terreno – ficaria em definitivo o conceito do jornalista embeded – foi a segunda invasão do Iraque, em 2003. Apenas como curiosidade, nesse dia do pai, 19 de Março, seria o repórter de imagem Nuno Patrício, ao serviço da RTP, o primeiro de todos os que estavam em Bagdad a filmar as primeiras bombas que caíram sobre a capital iraquiana e a RTP a primeira televisão a transmitir o início da Guerra no Iraque. Agora, o mesmo imediatismo da reportagem – com todas as suas falhas, mais mortes e mais sangue – volta a ganhar novo fôlego com o avanço dos resistentes curdos peshmergas em direcção à cidade de Mossul armados de bodycams, dando outra proximidade ao assalto de um dos principais bastiões do Estado Islâmico desde 2014.

As imagens que hoje chegaram aos écrans via Rudaw TV, uma televisão curda, foram feitas por um peshmerga (resistência curda) equipado como uma bodycam que participava numa operação contra posições do Estado Islâmico em Khazer, próximo de Mossul.

As imagens da ofensiva não podiam ser mais reais – o que temos é a visão quase periférica do soldado peshmerga a atravessar campo aberto sob intenso fogo do Estado Islâmico até conseguir chegar à sua posição de fogo, na cobertura de uma casa.

Mas entre as primeiras imagens da ofensiva rebelde em Mossul chegaram via CNN, onde a equipa de reportagem do jornalista Nick Paton Walsh registou as trocas de tiros que abriram as hostilidades esta segunda-feira.

Uma das sequências regista o momento em que são disparados tiros directamente contra o repórter de imagem e Walsh lhe grita “entra no carro já”.

Aos leitores mais sensíveis, avisamos que na mesma filmagem se pode ver combatentes do Estado Islâmico a atingirem a tiro pelo menos um peshmerga e outro deles a fazer-se explodir perante a proximidade do grupo curdo. Por isso, aconselhamos cuidado ao visionar estas imagens.

O momento em que outro bombista-suicida se faz explodir perante a presença das unidades militares iraquianas é mostrado pela rede curda K24.


A BBC News também tem uma repórter de guerra em campo, Orla Guerin, que nos fez chegar imagens dos primeiros confrontos na aproximação a Mossul.
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