Operador nuclear da Ucrânia denuncia ciberataque "sem precedentes"

por RTP
Energoatom acusa grupo russo de ciberataque "sem precedentes" DR

A empresa estatal ucraniana para a energia nuclear, Energoatom, acusou piratas informáticos baseados na Rússia de ter lançado um ataque de grandes proporções contra a sua página digital durante três horas esta terça-feira.

A Energoatom sublinha que o ciberataque não causou problemas significativos.

“O grupo russo Exército Cibernético do Povo lançou um ciberataque usando 7.25 milhões de utilizadores bot, que simularam centenas de milhões de visualizações da página principal da empresa”, acusou a Energoatom em comunicado.

O ataque “não afetou de forma significativa as operações do site da Energoatom”, acrescentou.

Na rede Telegram a companhia ucraniana refere que o ciberataque teve lugar "a 16 de agosto" e que foi o "mais potente desde o início da invasão russa contra o site oficial da Energoatom" e que se deu "a partir do território russo". O canal do Telegram chamado "Exército Cibernético do Povo" convocou os seus apoiantes ao meio-dia de hoje para atacar o site da operadora ucraniana de centrais nucleares.

Já à noite, foi anunciada uma "alteração", designando como alvo o Instituto Ucraniano de Memória Nacional, cujo site estava a enfrentar dificuldades.

Os ataques surgem num momento de tensão em torno da central nuclear ucraniana de Zaporizhia (sul), ocupada pelas tropas russas desde março, logo após a Rússia invadir a Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou que 5.514 civis morreram e 7.698 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 174.º dia, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

c/ agências

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