Oposição venezuelana denuncia desaparecimentos e detenções
A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, denunciou, na quarta-feira, que mais de 20 pessoas estão desaparecidas ou foram detidas nas últimas 72 horas.
"O regime de (Nicolás) Maduro desencadeou uma onda brutal de repressão na Venezuela: mais de 20 desaparecidos e presos em 72 horas. A justiça internacional tem a obrigação de responsabilizar os autores dos crimes", denunciou a responsável na rede social X.
Por outro lado, o Comando Com a Venezuela (CCV), liderado por Maria Corina Machado, lançou, na mesma rede social, um "alerta internacional" em que afirma que estão a aumentar as detenções arbitrárias e os desaparecimentos forçados na Venezuela e que o regime ativou "a porta giratória", em que liberta alguns presos políticos e detém outros cidadãos.
O CCV explica que, em 18 de julho, "o regime trocou um grupo de (10) reféns políticos estrangeiros no âmbito de um acordo entre os governos dos EUA e El Salvador.
"Essa troca incluiu a libertação de um grupo de presos políticos venezuelanos injustamente mantidos como reféns", referiu.
"Embora o número de libertações anunciado fosse de 80 pessoas, até à data não há confirmação de que esse número se tenha concretizado. Mais grave ainda, nenhum menor foi libertado e apenas uma mulher foi libertada", explica precisando que na Venezuela 90 mulheres e pelo menos quatro adolescentes estão presos por motivos políticos.
Segundo o CCV, enquanto esta troca era anunciada, "registou-se uma nova onda de repressão que continua", tendo sido identificadas "mais de 20 novas detenções, incluindo dirigentes ligados ao Comando Com a Venezuela, assim como testemunhas das eleições (presidenciais) de 28 de julho" de 2024.
Para o CCV, "o mundo democrático não pode continuar a tolerar as práticas sistemáticas de um regime que desrespeita todos os acordos sem consequências".