PAM avisa que falta de segurança pode condenar cais na Faixa de Gaza

por Lusa

O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou hoje que o projeto de um cais para entrega de ajuda à Faixa de Gaza pode falhar, a menos que Israel comece a fornecer as condições para os grupos humanitários operarem com segurança.

As entregas no cais, instalado no território palestiniano, foram interrompidas no domingo, depois de uma caravana de ajuda humanitária não conseguir chegar aos armazéns conforme o planeado, segundo o PAM, após os primeiros 10 camiões terem alcançado a estrutura na sexta-feira.

A agência da ONU está agora a reavaliar a logística e as medidas de segurança e a procurar rotas alternativas dentro da Faixa de Gaza, disse a porta-voz da organização, Abeer Etefa.

O PAM está também a trabalhar com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional para coordenar a entrega de alimentos a partir da nova rota.

Nenhum dos 11 camiões de ajuda que deixaram o cais recém-instalado na costa do território conseguiu chegar ao armazém como o previsto no sábado, disse outro porta-voz do PAM, Steve Taravella, à agência Associated Press.

"Sem fornecimentos suficientes a entrar em Gaza, estas questões continuarão a surgir. A aceitação da comunidade e a confiança de que este não é um evento único são essenciais para o sucesso desta operação", disse Taravella por e-mail.

"Levantámos esta questão com as partes relevantes e reiterámos o nosso pedido de estradas alternativas para facilitar a entrega da ajuda. A menos que recebamos a autorização e coordenação necessárias para utilizar rotas adicionais, esta operação poderá não ser bem-sucedida", advertiu,

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou a construção de um cais na Faixa de Gaza pelos militares norte-americanos para entregas de alimentos, tratamentos de alta nutrição e outros suprimentos vitais.

As restrições israelitas ao envio de alimentos e ajuda através das fronteiras terrestres e os combates em geral colocaram todos os 2,3 milhões de residentes no enclave numa grave crise alimentar desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque terrorista do Hamas em solo israelita, que deixou acima de 1.100 mortos e cerca de 250 pessoas levadas como reféns.

Em retaliação, Israel empreendeu desde então uma ofensiva em grande escala no território palestiniano, que já fez mais de 35 mil mortos, na maioria civis, segundo o Governo do Hamas, e provocou uma grave crise humanitária.

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