Paulo Rangel na Cisjordânia. "Manter cessar-fogo é criar condições para abrir caminho a dois Estados"

por Inês Moreira Santos - RTP
Miguel A. Lopes - Lusa

A terminar a visita à Cisjordânia, o ministro português dos Negócios Estrangeiros esteve esta terça-feia num campo de refugiados em Ramallah e reuniu-se com o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, que se mostrou com "confiança de que a União Europeia" possa ter um papel importante na mediação do conflito e no futuro de Gaza. Sobre o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, Paulo Rangel considera fundamental que "o acordo seja cumprido".

"Foi -nos pedido, no quadro da União Europeia, que avançássemos para o pacote de assistência à Autoridade Palestiniana, porque isso é fundamental, para o programa de reformas que está em desenvolvimento e para dotar a Autoridade Palestiniana de uma capacidade para vir a ser capaz de liderar a Faixa de Gaza", declarou Paulo Rangel.

Sobre a reunião com Mohammad Mustafá, o chefe da Diplomacia portuguesa afirmou que "houve neste diálogo, um apelo enorme para que se consiga continuar o cessar-fogo".

No encontro com o primeiro-ministro palestiniano, Paulo Rangel observou a "esperança" do governante e a "confiança de que a União Europeia pode ter um papel muito importante, no domínio da influência política e da assistência financeira".

O cessar-fogo está ameaçado e as autoridades palestinianas estão preocupadas, como assumiu o ministro português, que insistiu na manutenção do acordo e da criação do Estado da Palestina.

"Manter o cessar-fogo é criar condições para abrirmos o caminho para a solução dos dois Estados, o que implica obviamente que haja uma reconstrução de Gaza, também no quadro da Autoridade Palestiniana e depois de um futuro Estado palestiniano", voltou a afirmar Rangel.

"Acho fundamental que o acordo seja cumprido"
, declarou, acrescentando que "há uma série de questões" que não é possível cumprir nos prazos estabelecidos.
"Julgo que houve aqui alguma precipitação do Hamas e, portanto, aquilo que nós estamos a fazer enquanto Governo português (...) é garantir que o acordo de cessar-fogo é cumprido", apelando às partes para o manterem.

"Todos temos consciência de que este acordo de cessar-fogo é bastante frágil", continuou.

Assumindo que é também “obrigação” da comunidade internacional e uma “responsabilidade política e moral” apelar para a manutenção do cessar-fogo e um acordo de paz duradouro.

A posição de Portugal "não mudou", foi até "reafirmada", concluiu.

"Temos de prosseguir com esta posição moderada, com capacidade de dialogar com as duas partes".
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