Pedido de extradição. Tribunal mantém João Rendeiro em prisão preventiva

por RTP
Luís Miguel Fonseca - Lusa

Na primeira sessão do processo relativo ao pedido de extradição de João Rendeiro, o juiz do tribunal de Verulam decidiu, esta sexta-feira, manter o ex-banqueiro em prisão preventiva. Haverá nova sessão no dia 27 de janeiro. A audição foi adiada devido a um selo danificado nos documentos do pedido de extradição.

O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) vai continuar detido na prisão de Westville, província de Westville, KwaZulu-Natal. Na sessão desta sexta-feira, o juiz recebeu os documentos enviados de Portugal. Perante os novos documentos entregues em tribunal, o magistrado Johan Van Rooyen decidiu adiar a decisão para a próxima semana.
"A sessão fica adiada para a próxima quinta-feira, 27 de janeiro de 2022, quando as partes irão apresentar argumentos sobre a questão relacionada com a prova p) e q), apresentada em tribunal. As questões serão debatidas pelos advogados de ambas as partes. O arguido permanecerá detido", adiantou.

De acordo com o juiz, houve uma falha nos documentos apresentados pelo Ministério Público português.

Em causa está um selo danificado na versão portuguesa do pedido de extradição. Por este motivo, não foi possível prosseguir com a sessão esta quinta-feira.

Alguns documentos terão de ser enviados de novo para Portugal e depois remetidos de novo às autoridades sul-africanas.
O juiz adiantou ainda que, no caso da versão inglesa, o selo da documentação está "intacto".

João Rendeiro chegou ao tribunal acompanhado por um forte dispositivo de segurança e escoltado por elementos da polícia sul-africana e da Interpol.

A sessão de hoje, onde foi avaliada a documentação enviada a partir de Portugal, começou com duas horas de atraso.
 
De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal Expresso, a defesa do ex-banqueiro vai denunciar junto das Nações Unidas as condições da prisão onde se encontra.

João Rendeiro diz que não há vidros nas janelas, não há água quente e que a roupa de cama e as toalhas não são adequadas. Queixa-se ainda da falta de assistência médica.

O ex-banqueiro português tem estado doente nos últimos dias, mas à entrada para a sessão desta quinta-feira respondeu à RTP que já se sente "um bocadinho melhor".
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