Pela segunda vez consecutiva. Nave da SpaceX explode após descolagem

A nave espacial desenvolvida pela SpaceX, de Elon Musk, como protótipo para futuras missões a Marte explodiu na quinta-feira, minutos após ter descolado do Texas. Os fragmentos em chamas foram vistos a cruzar os céus sobre o sul da Florida e das Bahamas, acabando por atingir alguns lugares nas Caraíbas. É o segundo revés este ano.

Carla Quirino - RTP /
Destroços em chamas da nave espacial da SpaceX vista em Big Sampson Kay, Bahamas @_ericloosen_/via Reuters

A SpaceX está a enfrentar contratempos no programa espacial para chegar a Marte, perante o segundo fracasso consecutivo nos primeiros três meses do ano.

O sistema de foguetões de 123 metros da SpaceX explodiu minutos após descolar do Texas. A nave não levava tripulantes.

O aparelho partiu-se no espaço, pouco depois de começar a girar descontroladamente com os motores desligados, mostrou a transmissão ao vivo da SpaceX.


A Administração Federal de Aviação (FAA) interrompeu o tráfego aéreo em zonas da Florida, devido aos destroços em chamas que se espalharam pelos ares.

Diversos vídeos nas redes sociais testemunharam os fragmentos incendiados a cruzarem céu ao anoitecer perto do sul da Florida e das Bahamas.


A descolagem deu-se às 18h30
(23h00 em Lisboa) das instalações de Boca Chica, da SpaceX, no Estado norte-americano do Texas. A nave tinha incorporado o propulsor de primeiro estágio Super Heavy, que deveria retornar a terra.

Porém, cerca de nove minutos depois, a transmissão em direto da SpaceX mostrou o que não queria. O estágio superior da nave espacial começou a girar, enquanto a visualização dos motores do foguetão mostrava vários deles desligados. Segundos depois, a empresa acabou por confirmar que tinha perdido o contato com o aparelho.

A SpaceX parou a transmissão televisiva logo após o lançamento e não deu qualquer indicação de onde os detritos cairiam.
As explicações
A empresa acabou por publicar online que “o veículo realizou uma rápida separação que não estava programada e o contacto foi perdido”.

Em comunicado, ainda na quinta-feira à noite, a SpaceX disse que a nave espacial sofreu um "evento energético" na seção traseira, o que resultou na perda de vários motores.

"Isso, por sua vez, levou a uma perda de controlo de atitude e, finalmente, a uma perda de comunicações com a Starship", explicou. "O contato final com a a nave ocorreu aproximadamente nove minutos e 30 segundos após a descolagem" continuou.A SpaceX deixou claro que não havia materiais tóxicos entre os destroços.

Acrescentou que a equipa estava agora concentrada a rever os dados de voo para compreender a causa que está por trás da explosão. “O sucesso vem do que aprendemos e o voo de hoje oferecerá lições adicionais para melhorar a confiabilidade da Starship”, alegou a SpaceX.

“Infelizmente, isso já aconteceu da última vez, agora começamos a ter alguma prática”, disse Dan Huot, porta-voz da SpaceX, citado no Guardian.

Perante a quantidade de “destroços do lançamento espacial” espalhados por diversas zonas das Caraíbas, a Administração Federal de Aviação emitiu uma suspensão dos voos comerciais nos aeroportos de Miami, Fort Lauderdale, Palm Beach e Orlando, durante esta sexta-feira. Muitos outros voos foram desviados em torno de Turks e Caicos.

A FAA abriu já uma investigação ao incidente. Exigiu ainda que a SpaceX examine a causa do fracasso: para poder fazer um novo lançamento, tem que receber uma nova autorização da Administração Federal.

Musk propõe-se enviar humanos a Marte já em 2030. E este ensaio pretendia fazer quase uma órbita completa à volta da Terra e reentrar no Oceano Índico para aterrar.
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