PM timorense avisa jovens que ChatGPT não substitui capacidade de pensar

por Lusa
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O primeiro-ministro de Timor-Leste advertiu hoje os jovens timorenses de que o Google e o ChatGPT não substituem a capacidade de pensar e criticar, que considerou essenciais para a "resolução de problemas e tomada de decisões".

"Fala-se muito atualmente do acesso à tecnologia e das competências digitais, mas gostaria de salientar, sobretudo para os mais jovens, que recitar e copiar o Google e o ChatGPT, não é exercer a capacidade crítica necessária à construção do nosso país", disse Xanana Gusmão.

O chefe do executivo timorense falava na cerimónia de graduação da faculdade de Educação do Instituto Superior São João de Brito.

"Usar a tecnologia para melhorar a eficiência dos estudos e serviços é uma dádiva dos tempos modernos, mas deixar que pensem e trabalhem por nós é apenas um engodo para os desafios que se apresentam diariamente nas nossas vidas pessoais e profissionais", salientou Xanana Gusmão.

Nas palavras dedicadas aos novos licenciados em Educação, o líder timorense disse que "pensar é fundamental para combater a desinformação e as falsas crenças", mas também para a "resolução de problemas e tomadas de decisões e para o desenvolvimento pessoal e profissional".

"Sem capacidade crítica e independente não é possível construir o país que sonhámos, com os sacrifícios que todos ainda se lembram", sublinhou Xanana Gusmão.

O chefe do executivo timorense reconheceu que é preciso melhorar o sistema educacional do país, mas, defendeu, que aquela melhoria apenas se consegue com uma "ação holística e transversal".

Para Xanana Gusmão, qualquer política de educação falhará se não existir um investimento sólido na área da saúde, infraestruturas básicas, estabilidade política e económica.

O primeiro-ministro timorense pediu também aos jovens para serem agentes da estabilidade, salientando que vão ser educadores, mas também fonte de inspiração.

"O vosso talento e conhecimentos adquiridos poderão ter um impacto ímpar nos jovens e comunidades que irão servir. Sejam, por isso, um contributo exemplar de que Timor-Leste precisa, neste nosso processo de construção do Estado e da nação", pediu Xanana Gusmão.

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