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Polícia francesa cerca suspeitos do atentado de Paris
Agentes franceses envolveram-se numa troca de disparos com os presumíveis autores do ataque ao jornal Charlie Hebdo, que entretanto fizeram pelo menos um refém a nordeste de Paris. O porta-voz do ministério francês do Interior, confirmou que a polícia está a tentar estabelecer um diálogo com os irmãos Chérif e Saïd Kouachi.
São agora perto de 90 mil os operacionais destacados para a perseguição aos dois suspeitos do mortífero atentado contra a redação do Charlie Hebdo, em Paris. Os dados difundidos minuto a minuto pelas agências indiciam nova espiral de violência.
Pouco depois de uma fonte policial ter dado conta à France Presse de uma troca de tiros a nordeste da capital, foi confirmada a notícia, pela polícia francesa, da tomada de, pelo menos, um refém numa empresa da localidade de Dammartin-en-Goële.
Fonte judicial veio indicar que, até ao momento, não há registo de mortes, ao contrário do que havia sido noticiado anteriormente.
Na mira das autoridades estão os irmãos franceses de ascendência argelina Chérif e Saïd Kouachi, de 32 e 34 anos. O local está cercado por um forte dispositivo policial.
Ainda segundo a AFP, testemunhas na zona - completamente fechada com barreiras na principal estrada de acesso - falam de sete helicópteros no ar. Um funcionário de uma empresa daquela localidade disse que tinham recebido instruções para se manterem no interior e evitar as janelas.
Escolas evacuadas e aeroporto condicionado
As autoridades policiais mandaram evacuar todas as escolas em Dammartin-en-Goele, à excepção de um estabelecimento escolar que fica perto do local da operação, avança a agência France Presse.
O aeroporto internacional Roissy-Charles de Gaulle, que fica a 20 quilómetros de Dammartin-en-Goële, foi condicionado em algumas das pistas de aterragem, aquelas em que os aviões têm de sobrevoar a zona onde decorrem as operações.
O jornal Le Monde garante que foi acionado um pré-alerta de emergência nos hospitais da região. O Plano Branco mobiliza os profissionais de saúde quando há risco de um elevado número de vítimas.
Saïd esteve com destacado líder da Al Qaeda
Fontes dos serviços secretos do Iémen confirmaram à agência Reuters que Saïd Kouachi esteve no país em 2011 durante vários meses, tempo em que esteve com Anwar al Awlaki, à época uma das principais figuras da Al Qaeda, até ser morto no ataque de um drone norte-americano, em setembro de 2011. Saïd entrou no país para estudos religiosos.
Antes de ser morto, Al Awlaki defendeu repetidamente a morte dos cartoonistas que insultaram o profeta Maomé. O New York Times revela que uma publicação da filial do Iémen da Al Qaeda, a Inspire, colocou, em 2013, o editor do Charlie Hebdo, Stéphane Charbonnier, numa longa lista de jornalistas, escritores e figuras públicas como “Procurados, mortos ou vivos, por crimes contra o Islão”.

Saïd terá recebido treino militar antes de regressar a França, revela ainda o jornal norte-americano. O treino envolveria o manuseamento de pequeno armamento de combate, como o de armas e táticas que foram usados no ataque ao semanário francês.
O New York Times avança ainda que fontes norte-americanas estão a analisar se o ataque ao Charlie Hebdo teria sido ordenado diretamente pela filial da Al Qaeda. Mas não haverá, para já, indícios disso, segundo os investigadores.
"Outros atentados podem acontecer"
"A França está em choque, sobretudo, porque os autores deste ato ainda não estão detidos", disse nas últimas horas François Hollande. O presidente está a acompanhar toda a operação para "neutralizar" os suspeitos do ataque ao Charlie Hebdo.
Depois de falar sobre a participação de França na coligação internacional para travar o autodenominado Estado Islâmico, o Presidente francês declarou que "há também ameaças a partir do interior": "Sabemos há meses que havia tentativas, desmantelámos várias. Houve muitos atentados que conseguimos travar e há outros que podem acontecer".
O Chefe de Estado francês anunciou a realização de uma reunião de ministros do Interior de vários países no próximo domingo, sublinhando a manifestação da "solidariedade internacional".
Hollande quer, no entanto, "garantir a segurança das manifestações que têm acontecido", incluindo uma marcha já marcada para o próximo domingo.
Fonte judicial veio indicar que, até ao momento, não há registo de mortes, ao contrário do que havia sido noticiado anteriormente.
Na mira das autoridades estão os irmãos franceses de ascendência argelina Chérif e Saïd Kouachi, de 32 e 34 anos. O local está cercado por um forte dispositivo policial.
Ainda segundo a AFP, testemunhas na zona - completamente fechada com barreiras na principal estrada de acesso - falam de sete helicópteros no ar. Um funcionário de uma empresa daquela localidade disse que tinham recebido instruções para se manterem no interior e evitar as janelas.
Escolas evacuadas e aeroporto condicionado
As autoridades policiais mandaram evacuar todas as escolas em Dammartin-en-Goele, à excepção de um estabelecimento escolar que fica perto do local da operação, avança a agência France Presse.
O aeroporto internacional Roissy-Charles de Gaulle, que fica a 20 quilómetros de Dammartin-en-Goële, foi condicionado em algumas das pistas de aterragem, aquelas em que os aviões têm de sobrevoar a zona onde decorrem as operações.
O jornal Le Monde garante que foi acionado um pré-alerta de emergência nos hospitais da região. O Plano Branco mobiliza os profissionais de saúde quando há risco de um elevado número de vítimas.
Saïd esteve com destacado líder da Al Qaeda
Fontes dos serviços secretos do Iémen confirmaram à agência Reuters que Saïd Kouachi esteve no país em 2011 durante vários meses, tempo em que esteve com Anwar al Awlaki, à época uma das principais figuras da Al Qaeda, até ser morto no ataque de um drone norte-americano, em setembro de 2011. Saïd entrou no país para estudos religiosos.
Antes de ser morto, Al Awlaki defendeu repetidamente a morte dos cartoonistas que insultaram o profeta Maomé. O New York Times revela que uma publicação da filial do Iémen da Al Qaeda, a Inspire, colocou, em 2013, o editor do Charlie Hebdo, Stéphane Charbonnier, numa longa lista de jornalistas, escritores e figuras públicas como “Procurados, mortos ou vivos, por crimes contra o Islão”.
Saïd terá recebido treino militar antes de regressar a França, revela ainda o jornal norte-americano. O treino envolveria o manuseamento de pequeno armamento de combate, como o de armas e táticas que foram usados no ataque ao semanário francês.
O New York Times avança ainda que fontes norte-americanas estão a analisar se o ataque ao Charlie Hebdo teria sido ordenado diretamente pela filial da Al Qaeda. Mas não haverá, para já, indícios disso, segundo os investigadores.
"Outros atentados podem acontecer"
"A França está em choque, sobretudo, porque os autores deste ato ainda não estão detidos", disse nas últimas horas François Hollande. O presidente está a acompanhar toda a operação para "neutralizar" os suspeitos do ataque ao Charlie Hebdo.
Le président @fhollande supervise les opérations dans la "situation room" du ministère de l'Intérieur, @Place_Beauvau pic.twitter.com/QTYYJPcBNM
— Élysée (@Elysee) January 9, 2015
Depois de falar sobre a participação de França na coligação internacional para travar o autodenominado Estado Islâmico, o Presidente francês declarou que "há também ameaças a partir do interior": "Sabemos há meses que havia tentativas, desmantelámos várias. Houve muitos atentados que conseguimos travar e há outros que podem acontecer".
O Chefe de Estado francês anunciou a realização de uma reunião de ministros do Interior de vários países no próximo domingo, sublinhando a manifestação da "solidariedade internacional".
Hollande quer, no entanto, "garantir a segurança das manifestações que têm acontecido", incluindo uma marcha já marcada para o próximo domingo.