Polícia reclama vitória em intervenção no Rio de Janeiro

A polícia brasileira deu início à maior operação policial de sempre no Rio de Janeiro. Ao início da manhã, 2600 soldados começaram a entrar no Complexo do Alemão, um conjunto de 12 favelas no Norte da cidade, que durante muito tempo foi um reduto de traficantes de droga. Uma hora e meia mais tarde, o comandante geral da polícia militar reclamava o controlo dos pontos mais importantes para o tráfico de droga.

RTP /
Todas as polícias da cidade estão no Complexo do Alemão: unidades de elite, aeronáutica, exército, polícia militar, federal, civil. Fernando Bizerra, Jr, EPA

O comandante geral da polícia militar reclamava, uma hora e 30 minutos após o início da intervenção militar, a vitória nos pontos nevrálgicos do tráfico de droga. Mário Sérgio Duarte não revelou se houve vítimas durante a operação.

Continuaram a escutar-se disparos e não foi divulgado o paradeiro dos cerca de 600 criminosos armadados, que desde a ocupação da Vila Cruzeiro, na passada quinta-feira, se refugiaram naquele complexo de favelas, onde moram cerca de 300 mil pessoas.

As televisões brasileiras referem a apreensão de grande quantidade de armas, droga e um número ainda incerto de detidos. Mencionam informações transmitidas por moradores da Rocinha, que dão conta da chegada de traficantes desde quinta-feira.

Depois de uma noite relativamente calma, com pontuais disparos, a entrada da polícia no conjunto de favelas começou às 8h locais (mais duas horas em Lisboa). Contaram com o apoio de blindados, helicópteros e atiradores de elite.

As informações divulgadas pela TV Record dão conta que a operação terá começado no centro da favela, numa localidade conhecida como Areal.

Ao longo da última semana morreram 35 pessoas, apontadas como traficantes. Mais de uma centena de viaturas foram incendiadas.

Durante a tarde de sábado, os veículos blindados avançaram pela entrada do conjunto de favelas e tomaram posições nos 44 acessos. Mais de 30 pessoas foram detidas para averiguações. As autoridades deram um ultimato aos traficantes e ameaçaram invadir a zona caso não se entregassem.

Integram as forças policiais 800 páraquedistas do Exército, 200 fuzileiros navais, 300 agentes da polícia federal e 1.300 polícias militares e civis do Rio de Janeiro.

A organização criminosa que estará na origem desta onda violência chama-se Comando Vermelho, o mais antigo gangue de narcotraficantes do Brasil, que nasceu da união de presos políticos com reclusos comuns no tempo da ditadura.

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