Português Rui Murras libertado e "ilibado de todas as acusações" nos EUA

O português Rui Murras, detido no final de março pelas autoridades de imigração norte-americanas, foi libertado e "ilibado de todas as acusações", disse hoje à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. 

Lusa /
Reuters

Segundo José Cesário, Rui Murras "foi ilibado de todas as acusações na última audiência e saiu em liberdade". 

Questionado pela Lusa sobre se o português já não enfrenta risco de deportação, o secretário de Estado confirmou: "Exato. É a informação que tenho". 

Cesário não conseguiu indicar a data exata da audiência em que Rui Murras foi libertado. 

Rui Murras é um português de 32 anos, com autorização de residência permanente nos Estados Unidos - `Green Card`- e a viver em solo norte-americano desde os dois anos. 

Foi detido pelas autoridades de imigração norte-americanas ao regressar de umas férias ao exterior no final de março.

Nascido em Portugal, Murras viveu quase toda a sua vida em New Bedford, mas enfrentou a possibilidade de deportação para Portugal devido a problemas que teve com a Justiça norte-americana no passado. 

De acordo com o jornal local The New Bedford Light, o português chegou a ter problemas com a Justiça em 2012, quando foi "acusado de distribuir uma substância controlada de Classe D --- tipicamente marijuana --- e de conspiração para violar as leis de drogas", sendo que a acusação de conspiração foi rejeitada por recomendação do departamento de liberdade condicional, em julho de 2013.   

Em 2017, Murras foi acusado de conduzir sob influência de álcool, mas o caso foi arquivado no ano seguinte, após concluir um programa de educação sobre álcool.  

A Lusa tentou entrar em contacto com a família de Murras, mas não obteve resposta. 

A residência permanente legal --- concedida através do `Green Card` --- concede o direito de viver e trabalhar nos Estados Unidos por tempo indeterminado, mas não protege os indivíduos da deportação.   

Cerca de 12,8 milhões de portadores de `Green Card` vivem nos Estados Unidos, de acordo com as últimas estimativas do Gabinete de Estatísticas de Segurança Interna.   

Desde que Donald Trump regressou à Presidência dos Estados Unidos, somam-se os casos de cidadãos detentores de `Green Card` que estão detidos e em processo de deportação.   

O exemplo mais mediático é o de Mahmoud Khalil, um estudante da Universidade de Colúmbia que liderou protestos contra a guerra na Faixa de Gaza e que teve o seu `Green Card` revogado e o processo de deportação iniciado.    

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