Portugueses na Argentina contestam atrasos no atendimento do consulado

por Lusa
Portugueses manifestam-se contra a falta de atendimento do consulado português em Buenos Aires D.R.

Dezenas de cidadãos portugueses na Argentina, em representação de outras centenas, farão esta segunda-feira um "protesto pacífico" contra a falta de atendimento do consulado português em Buenos Aires, após três anos de frustradas tentativas sem conseguirem agendamento.

"Faremos uma visita pacífica ao consulado para pedir mudanças no sistema de agendamentos 'online', porque há uma enorme quantidade de pessoas sem atendimento. Não procuramos responsáveis. Queremos uma solução", esclareceu à Lusa o português Martim Oliveira, de 45 anos, organizador da inédita manifestação.

A partir das 9h00 locais (13h00 em Lisboa), quando o consulado de Portugal em Buenos Aires abrir, cerca de 50 pessoas tentarão uma reunião com o conselheiro da embaixada e encarregado da secção consular, Francisco de Calheiros.

"Queremos ser recebidos pelo senhor Calheiros para lhe entregar uma petição e para que comecem a agir. Não podemos mais esperar. O Estado português tem de garantir o nosso direito a ter documentos atualizados em tempo e forma", afirmou Martim Oliveira, que criou um cadastro paralelo, já preenchido por mais de 150 pessoas, com os dados pessoais e o atendimento requerido.

Cansado da falta de disponibilidade para agendamentos, o português resolveu criar um grupo no WhatsApp com os afetados pela falta de agendamento. Desde então, o grupo tem crescido numa progressão geométrica. No sábado eram mais de 200 pessoas, 50 a mais do que no dia anterior.

Depois de o grupo ter sido criado e da visita ao consulado ter sido anunciada, a secção consular da embaixada de Portugal em Buenos Aires informou que "disponibilizou agendamentos adicionais num número limitado" (esses agendamentos adicionais duraram 15 minutos), indicando que "está a trabalhar na sua capacidade máxima e num esforço extraordinário por parte dos seus funcionários".

A secção consular acrescentou que "está ao corrente das dificuldades na marcação de agendamentos" e alegou que "o sistema de agendamentos não depende da embaixada, mas do Ministério dos Negócios Estrangeiros".

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