Flotilha intercetada. "O Governo está a fazer o que pode e o que não pode"
O chefe de Estado ressalva, também, tal como Paulo Rangel, que as diligências poderão atrasar-se por estas detenções terem ocorrido num período de festividades em Israel, durante as quais os serviços estão parados.
Do ultimato à abordagem. Marinha israelita intercetou flotilha e deteve ativistas
Foto: Stefanos Rapanis - Reuters
Foi retirado o telemóvel à coordenadora do Bloco de Esquerda. No momento da intercepção, Mariana Mortágua estava a fazer declarações em direto para a RTP.
A organização da flotilha humanitária confirmaria posteriormente a detenção do ativista Miguel Duarte, na sequência da interceção da embarcação em que rumava ao território palestiniano.Ouvido pela RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou esperar que o repatriamento da comitiva portuguesa ocorra o mais depressa possível.
Pelo menos 13 embarcações da flotilha foram intercetadas pela Marinha do Estado hebraico. Uma delas terá sido mesmo abalroada em águas internacionais, de acordo com a Flotilha Global Sumud.
"Trata-se de um ataque ilegal contra trabalhadores humanitários desarmados. Apelamos aos governos e às instituições internacionais para que exijam a sua segurança e libertação imediatas", escreveu a Flotilha Global Sumud na plataforma de mensagens Telegram.
Também o Governo do Brasil confirmou, em comunicado, que há vários cidadãos do país entre os ativistas detidos por Israel, entre os quais Luizianne Lins, deputada do Partido dos Trabalhadores, a força política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O Brasil recorda o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e enfatiza o carácter pacífico da flotilha", sublinhou o Ministério das Relações Exteriores.
O Governo israelita indicou, por sua vez, que vários navios da Flotilha Global Sumud foram "apresados sem incidentes" e que os tripulantes estariam a ser transferidos para um porto do país.
Miguel Duarte ainda não foi detido
Portugueses na flotilha "foram sempre acompanhados", garante Paulo Rangel
Foto: Eduardo Muñoz - Reuters
"Estes cidadãos foram no exercício da sua liberdade individual, mas também sabiam que havia riscos", acrescentou o MNE português.
Já esta quarta-feira, depois da detenção dos portugueses e do comunicado Ministério dos Negócios Estrangeiros, houve contacto com Telavive, acrescentou.
Esperam-se alguns atrasos no processo e no próprio contacto direto com os portugueses, uma vez que a chegada desta flotilha coincide no dia em que se celebra o Yom Kippur, o dia mais sagrado do judaísmo, destacou Paulo Rangel.
Flotilha para Gaza. Detenção de portugueses motiva protesto em frente à Embaixada de Israel
- AVEIRO (18:00) - PRAÇA DA REPÚBLICA - EM FRENTE À CÂMARA
- BRAGA (19:00) - CHAFARIZ
- CASTELO BRANCO (18:30) - EM FRENTE A CÂMARA MUNICIPAL
- COIMBRA (18:00) - PRAÇA 8 DE MAIO
- FARO (18:30) - ROTUNDA DO FORUM ALGARVE
- LISBOA (18:00) - EM FRENTE À EMBAIXADA DE ISRAEL
- PORTO (19:00) - PRAÇA D. JOAO (RIVOLI)
- SETÚBAL (18:30) - PRAÇA DU BOCAGE
- VISEU (18:00) - RUA DOM ANTÓNIO ALVES MARTIN
Costa e Von der Leyen rejeitam comentar detenção de ativistas
"Não recebi qualquer informação sobre isso, não posso comentar", disse o ex-primeiro-ministro português.
A presidente do executivo comunitário disse que também não faria comentários por não estar inteirada das detenções.
A flotilha internacional com destino a Gaza com ajuda humanitária, na qual seguiam três portugueses, entre os quais a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, foi hoje intercetada pela marinha de Israel.
Num direto na rede social Instagram, Mariana Mortágua referiu, pelas 19:45 (hora portuguesa), que a embarcação onde seguia estava a ser intercetada por navios israelitas.
Depois, a deputada indicou que os israelitas pediram para falar com o capitão da embarcação, com o direto a terminar pouco depois.
A Flotilha Global Sumud também indicou no Instagram, pelas 19:43, que várias embarcações integradas na flotilha estavam a ser "ilegalmente intercetadas".
"As câmaras [das embarcações] estão offline e militares israelitas estão a aceder às embarcações. Estamos ativamente a trabalhar para confirmar a segurança e o estado de todos os ativistas a bordo", relatou a mesma fonte.
A flotilha humanitária, composta por cerca de 50 embarcações (incluindo uma com bandeira portuguesa), partiu de Espanha com o objetivo de romper o bloqueio israelita e entregar mantimentos à Faixa de Gaza, iniciativa rejeitada por Telavive que argumenta que a ação é apoiada pelo grupo extremista palestiniano Hamas.
A Flotilha Global Sumud foi intercetada por navios israelitas quando se encontrava a cerca de 80 milhas náuticas da costa de Gaza.
MNE diz que serviços consulares estão em contacto regular com autoridades israelitas
"Os Serviços Consulares da Embaixada de Portugal em Telavive estão em contacto regular há vários dias com as autoridades israelitas a quem solicitaram reiteradamente que os cidadãos nacionais a bordo da flotilha sejam tratados com dignidade, sem violência e em respeito dos seus Direitos Humanos individuais", lê-se no comunicado do MNE português enviado esta noite às redações.
O MNE adianta ainda que pediu informações sobre o estado e o local onde se encontram os detidos "para ser prestada a devida proteção diplomática e consular".
"As autoridades israelitas garantiram ser sua intenção tratar as pessoas com toda a dignidade e sem recurso a violência, tendo explicado que a operação de abordagem levará algum tempo, dado o elevado número de embarcações", acrescenta o comunicado.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros adianta ainda que os serviços consulares "já conseguiram contactar um dos portugueses em alto mar" e reforça que está "alerta e totalmente disponível para prestar todo o apoio".
Mortágua pede mobilização cívica e pressão ao Governo em vídeo gravado antes da interceção
Presidente da República confirma apoio consular aos detidos
Marcelo Rebelo de Sousa destaca, na nota publicada no site da presidência, que esta é a regra "em particular quando implica titulares de Orgãos de Soberania".
O chefe de Estado promete também "todo o apoio ao regresso a Portugal".
"De Israel espero o pior". Joana Mortágua manifesta "repúdio" por "detenção ilegal"
Joana Mortágua acusa Israel de "impedir que um grupo de ativistas completamente pacífico" possa chegar a Gaza para criar um corredor humanitário e distribuir alimentos. "É preciso que a comunidade internacional se levante contra esta atrocidade", vincou.
Vincou que Mariana Mortágua e Sofia Aparício estão neste momento incomunicáveis e que a irmã esteve num direto nas redes sociais até autoridades israelitas terem obrigado ativistas a atirarem telemóveis para a água.
"A última coisa que se ouve no vídeo da Mariana é uma ordem para se desfazerem dos telemóveis", afirma.
Questionada sobre se os ativistas se prepararam para este momento, Joana Mortágua adiantou que todas as embarcações tinham planos de segurança para fazer face a investidas de Israel.
Joana Mortágua considera que o Governo português deve exigir a imediata libertação de todos os detidos, mas também impor sanções a Israel pelas detenções e pelo genocídio em Gaza.
Sobre o desfecho destas detenções, a bloquista afirma: "Eu de Israel espero sempre o pior", acrescentando que o país "nunca esteve de boa-fé em nenhuma das afirmações e compromissos até este momento".
Israel e flotilha divulgam vídeo de comunicações no momento da interceção
O Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros divulgou um vídeo que supostamente mostra um oficial da marinha israelita a instruir a flotilha a mudar o seu curso para o porto israelita de Ashdod, "onde a ajuda passará por uma inspeção de segurança" antes de ser transferida para Gaza.
“Vocês dizem que estamos a entrar numa zona de guerra ativa. Vocês estão a dizer que estamos a entrar num lugar onde vocês estão a cometer crimes de guerra”, diz Ávila.
LEADER OF #GlobalSumudFlotilla THIAGO AVILA ANSWERS BACK THE IDF AND TELLS THEM TO STAND DOWN!!! pic.twitter.com/cgJo2zUf7I
— Global Sumud Flotilla ✨ (@GSMFlotilla) October 1, 2025
“Isso é contra o direito internacional. Mais uma vez, o Tribunal Internacional de Justiça emitiu uma decisão provisória de que qualquer tentativa de travar uma missão humanitária a Gaza é proibida pelo direito internacional, e [a flotilha] está a atender ao pedido de responsabilizá-los pelo crime de genocídio”, acrescenta.
Turquia retira 11 pessoas da flotilha humanitária a caminho de Gaza
Segundo o Ministério da Defesa da Turquia, citado pela televisão estatal TRT, entre os ativistas que foram retirados encontram-se três cidadãos turcos.
O ministério turco não adiantou a nacionalidade dos restantes ativistas, nem as circunstâncias que os levaram a deixar a flotilha.
Estima-se em cerca de 500 os ativistas a bordo da meia centena de embarcações que integram a flotilha.
"No âmbito das operações de ajuda humanitária conduzidas por navios civis no Mediterrâneo Oriental, 11 pessoas, incluindo três cidadãos turcos, que tinham solicitado assistência, foram retiradas para terra pelas nossas Forças Navais", indicou o ministério em comunicado.
Na véspera, as Forças Armadas turcas tinham declarado que estavam preparadas, "se necessário", para realizar operações de assistência em coordenação com parceiros internacionais.
Italianos da flotilha serão transferidos para Israel e expulsos
"A abordagem estava prevista. Temos estado em contacto com o Governo de Israel e pedi ao ministro (dos Negócios Estrangeiros, Gideon) Sa`ar para que não houvesse ações violentas por parte das Forças Armadas de Telavive. Isso foi-me garantido", declarou Tajani em declarações à televisão pública RAI.
Explicou ainda que os planos atuais preveem que, uma vez abordada a flotilha, pelo menos os italianos serão transferidos para o porto israelita de Ashdod e depois expulsos com outros europeus por via aérea, especificou.
Por enquanto, Tajani pediu para que seja mantida a "calma" e explicou que os porta-vozes da flotilha lhe garantiram que a sua intenção é "não reagir" a uma eventual abordagem.
Mariana Mortágua e Sofia Aparício detidas pelas forças israelitas
A bloquista Mariana Mortágua e a atriz Sofia Aparício foram detidas, esta quarta-feira, pelas forças israelitas.
Israel bloqueia flotilha humanitária e interceta dois dos principais navios
Foto: Reuters
Antes disso, a deputada disse que o barco onde segue foi contactado por rádio pelas forças israelitas que informaram “que iam parar todos os navios” que se aproximassem de Gaza.
A flotilha internacional de ajuda humanitária entrou numa zona de alto risco esta quarta-feira. Os navios estão agora a menos de 90 milhas náuticas (160 quilómetros) do enclave palestiniano, ultrapassando o ponto alcançado em junho pelo navio "Madleen" quando foi intercetado pelo Exército israelita.
A Marinha israelita contactou a flotilha de ajuda humanitária a Gaza e exortou que mudasse de rumo, segundo informou o Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros em comunicado, esta quarta-feira.
A Marinha informou a flotilha que se estava a aproximar de uma zona de combate ativa e a violar um bloqueio naval legal e reiterou a oferta de transferir qualquer ajuda pacificamente através de canais seguros para Gaza, segundo o comunicado.O Governo israelita instou esta quarta-feira os navios da flotilha a não seguirem viagem, ameaçando deter aqueles que se encontram a bordo.
Israel sustenta ter o direito de intercetar tais embarcações ao abrigo de uma zona de exclusão imposta na Faixa de Gaza por razões de segurança, embora os ativistas que seguem na flotilha tenham sublinhado que Israel não pode operar em águas internacionais ou em águas que estariam sob jurisdição palestiniana.
"Portugal dirigiu uma mensagem ao Governo de Israel, pelos canais diplomáticos próprios, para que não se use violência e se respeitem todos os direitos daqueles que vão na flotilha", afirmou à Lusa fonte oficial da diplomacia portuguesa.
Ao mesmo tempo, o Governo português dirigiu um apelo aos tripulantes na flotilha para que se mantenham em águas internacionais, alertando para "riscos muito sérios" relacionados com a sua intenção de entregar ajuda humanitária no enclave palestiniano da Faixa de Gaza, onde Israel mantém há quase dois anos uma ofensiva militar.
A flotilha é composta por mais de 40 embarcações e transporta medicamentos e alimentos para entregar na Faixa de Gaza.
Entre os 500 ativistas, há três portugueses que integram a flotilha humanitária - a líder bloquista, Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.