PR de Timor-leste pede a novo embaixador no Reino Unido que apoie emigrantes timorenses

por Lusa

O Presidente de Timor-Leste incumbiu hoje o novo embaixador no Reino Unido a apoiar a comunidade emigrante timorense, na sua regularização e facilitação do envio de remessas para casa.

"A estimativa varia, mas poderá haver uma comunidade de 30 mil pessoas. Temos quem olhar por eles. Uma prioridade para si é tentar com o Reino Unido regularizar a situação dos que estão indocumentados ou que violaram as regras da imigração, ultrapassando o visto permitido de estadia no Reino Unido", disse José Ramos-Horta.

O chefe de Estado falava na cerimónia de tomada de posse de João Paulo da Costa Rangel, novo embaixador no Reino Unido e o primeiro diplomata a assumir funções no atual mandato de José Ramos-Horta.

"Uma das suas obrigações é ver também como podemos melhor apoiar os timorenses no envio das suas ajudas para as suas famílias. Talvez opções para abrir aqui um programa especial para os timorenses no exterior, especialmente no Reino Unido, mas em todos os outros, para que não sejam vítimas de cobranças e grandes custos de transferências e para que os dinheiros enviados para Timor-Leste tenham aplicação positiva", afirmou.

Costa Rangel, 41 anos, é um dos mais jovens empresários do país, tendo fundado o grupo de empresas PAX em 2010, que hoje emprega mais de 2.000 funcionários.

Funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) entre 2001 e 2004, teve funções diplomáticas na Embaixada de Timor-Leste em Jacarta e no Consulado Geral em Sydney.

Além de empresário, Rangel é conhecido com um conceituado saxofonista.

Ramos-Horta disse que o Reino Unido era um parceiro extremamente importante para Timor-Leste e um país como quem sempre se manteve "ótimas relações", recordando o apoio de um grande movimento de solidariedade à luta pela autodeterminação timorense. E relembrou que estão a decorrer negociações com o Reino Unido que poderão levar, no futuro, à abertura de uma embaixada em Díli.

O chefe de Estado aproveitou o momento para se referir ao recente anúncio de que a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos vão cooperar na produção de uma nova geração de submarinos, o SSN-AUKUS, e de que a marinha australiana será equipada com três submarinos nucleares de fabrico norte-americano.

Diplomatas dos três países informaram na passada quinta-feira o Presidente de Timor-Leste sobre o acordo anunciado.

"Timor leste apenas deseja paz e tranquilidade na sua região e no mundo. Não tem opinião sobre decisões feitas por países amigos no que concerne a sua segurança ou sobre a sua perceção e perspetiva de segurança assim como não opina sobre o programa de mobilização das forças armadas da China ou de qualquer outro país", afirmou.

"A nossa preocupação é apenas quando assistimos a militarização do mar do sul da china, que aumenta tensões e pode levar a acidentes humanos ou técnicos com consequências imprevisíveis. Preocupa-nos factos políticos consumados que violam a UNCLOS", afirmou.

O chefe de Estado disse que o novo embaixador representa um esforço para "dignificar a diplomacia timorense, tornando-a mais eficaz, o que exige que seja mais profissional, mais integra e mais competente"

"Nos próximos meses haverá necessariamente novos embaixadores a serem nomeados. Serão nomeados com total integridade, seriedade, sem favores, sem favoritismo, baseado apenas no mérito de cada pessoa sugerida e apresentada ao PR ou escolhida pelo PR", disse.

"O senhor embaixador é um exemplo do que deve ser a qualidade técnica, académica, de experiência de quem deve ser embaixador de TL. Obrigado por ter aceite esta missão dada pelo Governo e pelo PR", afirmou.

 

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