PR moçambicano admite que reintegração dos guerrilheiros da Renamo tem sido complexa

por Lusa

 O Presidente moçambicano admitiu hoje que a reintegração social dos guerrilheiros da Renamo, principal partido da oposição, tem sido "complexa", mas considerou que a aplicação do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional está a ser um sucesso.

"A reintegração é um processo que continua por se revelar complexa", declarou Filipe Nyusi, falando por ocasião do Dia da Paz, que assinala o fim de 16 anos de guerra civil moçambicana.

Sem especificar as razões que estão a tornar complexa a reintegração dos homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o chefe de Estado moçambicano considerou que o processo de paz em curso tem conhecido avanços.

"Apraz-nos dizer que até 30 de setembro último, dos 5.221 processos [de pensões dos guerrilheiros da Renamo], 4.215 foram recebidos pelo Ministério dos Combatentes, tendo 4.161 sido remetidos ao Instituto Nacional de Previdência Social, dos quais 4.140 resultaram na fixação de pensões, 3.930 visadas pelo Tribunal Administrativo e 1.908 estão em pagamento", avançou.

Outros processos de fixação de pensões dos membros do braço armado da Renamo estão em regularização, através de um processo que envolve contactos com a direção do principal partido da oposição, prosseguiu o Presidente.

Filipe Nyusi salientou que o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos combatentes da Renamo traduz a compreensão pelos moçambicanos das verdadeiras causas de conflitos armados no país.

"O processo de paz tem sido possível porque os moçambicanos souberam identificar e isolar as verdadeiras causas dos conflitos e buscar mecanismos apropriados para a sua resolução privilegiando sempre o dialogo como caminho para a paz", disse Nyusi.

O DDR é resultado do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado em 06 de agosto de 2019 entre o Governo moçambicano e a Renamo, na sequência de vários ciclos de violência armada que se seguiram à contestação dos resultados eleitorais pelo principal partido da oposição.

O Dia da Paz que se assinala hoje celebra o Acordo Geral de Paz (AGP), assinado em 04 de outubro de 1992 e que acabou com 16 anos de guerra civil em Moçambique.

O Presidente moçambicano descreveu hoje a guerra civil de 16 anos como "uma das mais sangrentas de que há memória na história da humanidade", tendo resultado na morte de "mais de um milhão de moçambicanos" e obrigado a fugir das suas casas mais de cinco milhões.

 

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