Presidente da Guiné-Bissau dissolve o Parlamento. Televisão e rádio estatais ocupadas

por RTP
Sergei Bobylyov/TASS via Reuters

O presidente da Guiné-Bissau decidiu dissolver o Parlamento após ter ouvido esta segunda-feira o Conselho de Estado.

Umaro Sissoco Embaló diz que os últimos acontecimentos configuram uma tentativa de subversão de ordem constitucional com patrocínio da Assembleia Nacional Popular que, no seu entender, não exerceu o papel fiscalizador dos atos do governo.

Através de um Decreto Presidencial, o chefe de estado guineense faz saber que a data para a realização das próximas eleições legislativas será afixada em tempo oportuno.

Sissoco Embaló anunciou no entanto que mantém em funções com "plenos poderes" o primeiro-ministro Geraldo Martins, que acumula agora a pasta das Finanças.

O chede de Estado guineense indicou que renovou a "confiança ao primeiro-ministro do Governo cessante até a formação do novo Governo".

Geraldo Martins passa a assumir as pastas de ministro das Finanças e de secretário de Estado do Tesouro após a detenção do ministro Suleimane Seidi e do secretário de Estado António Monteiro, que se encontram em prisão preventiva.

A prisão dos dois governantes foi decretada na última quinta-feira no âmbito de um processo de pagamento do equivalente a cerca de nove milhões de euros a 11 empresas.

Esta decisão do Ministério Público esteve na origem de confrontos armados na madrugada e manhã de sexta-feira
entre a guarda da Presidência e a Guarda Nacional depois desta última ter ido buscar os governantes às celas da Polícia Judiciária.

Os acontecimentos foram considerados um golpe de Estado pelo Presidente da República
, que decidiu dissolver o Parlamento com a justificação de que este órgão defendeu os governantes suspeitos em vez dos interesses do Estado.
Televisão e rádio públicas ocupadas
Entretanto nas últimas horas, forças militares invadiram as televisão e rádio públicas, tento retirado todos os funcionários do interior. 

De acordo com a agência Lusa, a televisão foi ocupada após o anúncio de dissolução do Parlamento por parte do presidente da República.

As instalações chegaram às instalações "por volta das 14h00" em "carrinhas de caixa aberta com militares fortemente armados e encapuzados", indicou uma fonte à agência Lusa.

"Perguntaram pelo diretor-geral, a quem pediram as chaves do gabinete e dos carros" e mandaram o responsável "sair da televisão", acrescentou.

De igual forma, fonte da Radiodifusão Nacional (RDN Guiné Bissau) indicou que "quando o noticiário estava no ar, entrou nas instalações da Rádio um grupo de militares armados".

"Pediram-nos que parássemos com o noticiário e parámos. Ordenaram-nos que saíssemos da rádio e saímos"
, indicou a fonte à agência Lusa.

c/ Lusa
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