Presidente da República considera que sugestão de Trump de expulsar Espanha da NATO "não faz sentido"

O presidente da República considerou este sábado que a sugestão do presidente norte-americano de expulsar a Espanha da NATO, por não cumprir os seus compromissos de gastos com a Defesa, "não faz sentido" e é "uma forma de pressão" exercida por Donald Trump.

RTP /
Lusa

"Sejamos claros que a expulsão de um país da NATO não é assim uma coisa do pé para a mão. Não faz sentido. É uma força de expressão, uma forma de pressão, uma forma de exteriorizar divergências ou pontos de vista diferentes", disse Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado sobre o assunto em Tallin, à margem de um encontro bilateral com o presidente estónio, Alar Karis. "A Espanha não recusou vir a aumentar o seu investimento na Defesa, apenas disse que isso ia ser num tempo um pouco diverso e depois, na fórmula final, chegou-se até a um ponto de consenso que foi aceite pela NATO", sublinhou. 

O chefe de Estado acrescentou que, "no caso português, Portugal, já no Orçamento (OE26) para o ano que vem, que foi apresentado, reforça o investimento em Defesa, está a reforçar em capacidades e está a reforçar, e deve reforçar, em recursos humanos".

"E um dos pontos que eu tenho insistido, e vou insistir até ao fim do meu mandato (...), é o do estatuto da condição militar. Nós precisamos de ter mais militares, mas, para isso, temos de oferecer melhores condições aos militares, senão eles não entram ou entram e depois saem (...) e nós precisamos de manter Forças Armadas com um elemento fundamental, que é o elemento humano", disse.

"Tivemos um retardatário, que foi Espanha"

O presidente norte-americano sugeriu ao seu homólogo finlandês, Alexander Stubb, que "talvez devessem expulsar" a Espanha da NATO por não cumprir os compromissos de gastos com a defesa da aliança, durante um encontro em Washington na última quinta-feira."Não têm desculpa para não o fazer. Mas está tudo bem. Talvez devessem expulsá-los da NATO, francamente", frisou o presidente norte-americano.

Sobre o acordo da Aliança Atlântica alcançado pelos seus aliados, incluíndo Portugal, de alocar 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados-membros para as despesas de defesa, Donald Trump destacou: "tivemos um retardatário, que foi Espanha".

Recorde-se que na última cimeira da NATO, em junho nos Países Baixos, os aliados concordaram com este novo compromisso de elevar gradualmente, até 2035, o investimento anual em Defesa e despesas relacionadas para 5 por cento do PIB. À exceção da Espanha, que rejeitou a meta por considerá-la "irracional". 

c/Lusa

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