Presidente do BEI quer UE a aplicar coordenação da pandemia ao novos desafios geopolíticos

por Lusa

A presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Nadia Calviño, defendeu hoje que a União Europeia (UE) tem de olhar para a coordenação durante a pandemia e aplicá-la a um contexto geopolítico de retrocesso na globalização.

Na abertura da sessão da tarde do segundo fórum do BEI, no Luxemburgo, Nadia Calviño, que iniciou funções como presidente da instituição no início do ano, disse que depois da pandemia "as consequências estão a ser diferentes daquilo que as pessoas pensavam".

"Houve recuperação, crescimento do emprego, isto é uma diferença grande em comparação com as crises anteriores, é um testemunho da eficácia e evolução institucionais da UE", acrescentou.

A diferença, sustentou a presidente do BEI, foi "não só na dimensão" da resposta dos 27, "mas também na coordenação notável", que possibilitou a proteção do emprego, dos rendimentos das empresas e das famílias e um plano de recuperação para quando a atividade económica retomasse sem os constrangimentos provocados pela pandemia.

"A Europa foi, de facto, uma só", completou, e hoje não há uma "cicatriz estrutural" dessa crise, como houve e ainda há de crises anteriores, como a da dívida soberana.

Mas há "desafios geopolíticos crescentes", nomeadamente dois conflitos que estão a virar do avesso a ordem mundial e a preocupar os mercados -- principalmente o energético -, na Ucrânia e no Médio Oriente.

Nadia Calviño quer fazer destas crises atuais "mais um exemplo desta unidade e compromisso" da União Europeia.

E aproveitando o que se aprendeu ao nível da coordenação entre os Estados-membros durante a pandemia, a presidente do BEI pediu uma ação concertada na UE face a um claro "recuo na globalização".

A segunda edição do fórum do BEI realiza-se entre hoje e quinta-feira no Luxemburgo, e agrega investidores, legisladores e primeiros-ministros de alguns países europeus para discutir a conjuntura financeira e oportunidades de investimento, nomeadamente na transição digital e na descarbonização da economia dos 27.

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