Presidente guineense convida jornalistas portugueses para dar a sua versão

por Lusa

A Presidência da República guineense convidou hoje os jornalistas portugueses que queiram "de facto conhecer, saber, explorar a Guiné-Bissau" a deslocarem-se ao país.

O convite foi feito numa conferência de imprensa convocada pela Presidência da República da Guiné-Bissau "para esclarecimento das razões que levaram à dissolução da Assembleia Nacional Popular e nomeação de um Governo de iniciativa presidencial" em dezembro de 2023, realizada por António Óscar Barbosa, conselheiro e porta-voz do chefe de Estado guineense.

"Antes de terminar gostaria de convidar os jornalistas portugueses, os que queiram de facto conhecer, saber, explorar a Guiné-Bissau, o Presidente da República está aberto a receber quem quer que seja, qualquer órgão, desde que se desloque a Bissau. Serão nossos convidados de honra", afirmou Óscar Barbosa.

"E juntamente com o Presidente da República, ou qualquer outra instituição, serão bem recebidos e serão postos ao corrente das suas perguntas, das suas preocupações", acrescentou.

Na conferência de imprensa de hoje, Óscar Barbosa distribuiu aos jornalistas presentes uma brochura intitulada "Anatomia de Um Golpe", em que a Presidência guineense apresenta a sua versão dos acontecimentos que precipitaram a Guiné-Bissau em nova crise, espoletada com a dissolução do parlamento do país.

Na brochura, a Presidência da República da Guiné-Bissau, que se afirma "alvo de todas as críticas e acusações", considera que "nunca mereceu, da parte da Imprensa portuguesa (...) o direito de dar a sua versão às acusações que amplamente divulga quer em notícias das diversas redações, quer de crónicas de opinião dos apaniguados de Domingos Simões Pereira", presidente do parlamento guineense.

Domingos Simões Pereira preside ao PAIGC, partido que lidera a coligação que venceu as eleições legislativas de junho de 2023.

A crise política na Guiné-Bissau espoletou-se depois do Presidente Sissoco Embaló ter decretado a dissolução do parlamento, eleito em junho passado, antes do prazo constitucional para o poder fazer.

Sissoco Embaló considera o parlamento guineense foco de instabilidade no país.

Em seguida, o Presidente demitiu o primeiro-ministro Geraldo Martins, depois deste recusar formar um Governo de iniciativa presidencial, e nomeou, em substituição, Rui Duarte de Barros, episódios de uma crise que começou a ser desenhada na sequência de confrontos entre militares, nos passados dias 30 de novembro e 01 de dezembro.

Sissoco Embaló classificou esses incidentes de tentativa de golpe de Estado.

Os confrontos ocorreram na sequência da detenção de dois membros do Governo acusados de alegada corrupção no pagamento de dívidas do Estado a empresas.

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