Primárias republicanas. Nikki Haley apresenta-se como alternativa a "caos" de Trump e Biden

por Cristina Santos - RTP
Nikki Haley tem de conseguir um bom resultado em New Hampshire, nas primárias de dia 23, se quiser pressionar Donald Trump Reuters

A ex-embaixadora norte-americana na ONU Nikki Haley, adversária de Donald Trump nas primárias do Partido Republicano, defende que "não se combate o caos democrata" de Joe Biden com "o caos de Donald Trump". Declarações da única mulher de direita que quer ser escolhida como candidata às presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.

Nikki Haley, 51 anos, tem de conseguir um resultado muito bom em New Hampshire, nas primárias de dia 23, se quiser pressionar Donald Trump. Isto porque o ex-presidente venceu as primárias no Iowa com 51 por cento das escolhas (contra 21 por cento de Ron DeSantis e 19 por cento para Nikki Haley).

Antes das primárias republicanas em New Hampshire, Haley esteve com apoiantes, esta quarta-feira à noite, e subiu ao palco ao som de "Eye of the Tiger", música de Rocky III. 
Perante 200 a 300 pessoas, ela reconheceu que apesar de ter votado "duas vezes em Trump (…) o caos vem com ele. Não podemos ter um país em desordem, um mundo em chamas e viver mais quatro anos de caos”.

Sendo a única mulher de direita a concorrer à Casa Branca, Nikki Haley precisa de conquistar o maior número de conservadores moderados ou independentes em New Hampshire, um pequeno Estado com 1,4 milhões de habitantes. Neste estado podem votar, para além de eleitores republicanos, os eleitores não inscritos no partido.

Diversos analistas políticos defendem que a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU tem de conquistar eleitores fora das bases do Partido Republicano. Ou seja, eleitores desiludidos com Joe Biden, mas que não querem apoiar Donald Trump, indiciado quatro vezes em processos-crime.De acordo com uma sondagem da Universidade de Suffolk, se as primárias dos republicanos fossem agora em New Hampshire, o ex-presidente dos Estados Unidos obteria 50 por cento dos votos, Nikki Haley conquistaria 34 por cento das escolhas e Ron DeSantis (o terceiro candidato republicano) cinco por cento.

O discurso de Nikki Haley tem sido centrado em temas que os republicanos gostam: a luta contra a imigração ilegal, a redução da dívida e um tom mais firme perante a China.

A única mulher de direita a concorrer à Casa Branca garante que “a maioria dos norte-americanos diz que não quer (uma) escolha entre dois presidentes de 80 anos”.

No comício de Nikki Haley, esta quarta-feira, a AFP conversou com alguns eleitores. Entre eles um bombeiro, Steven Lesniak, de 59 anos que, sendo democrata, quis ouvir Nikki Haley, uma vez que mudou “a filiação para poder votar nas primárias (republicanas) e ter alguém que não seja Trump e também Biden”.

No mesmo sentido, a assistente social Emily McCarthy reconhece que “em New Hampshire estamos tentar perceber em quem votar para que Donald Trump não seja o candidato republicano” à Casa Branca.

As primárias do partido Republicano terminam, formalmente, na Convenção marcada para julho.
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