A Procuradoria Europeia confirmou esta quarta-feira que Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia, foi uma das três pessoas detidas por suspeita de corrupção, fraude, conflito de interesse.

"A pedido do Ministério Público Europeu em Bruxelas (Bélgica), ontem foram detidos o reitor e um membro sénior do pessoal do Colégio da Europa em Bruges, assim como um alto funcionário da Comissão Europeia, no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de fraude relacionada com a formação financiada pela UE para jovens diplomatas", lê-se num comunicado. Federica Mogherini foi alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança entre 2014 e 2019.

Sobre os três detidos recaem acusações de corrupção, fraude, conflito de interesses e violação do segredo profissional. Após interrogatório, acabaram por ser libertados.

"Após serem interrogados pela Polícia Judiciária Federal belga, os três indivíduos foram formalmente notificados das acusações contra eles. As acusações dizem respeito a fraude e corrupção em contratos públicos, conflito de interesses e violação do sigilo profissional. Foram libertados, uma vez que não são considerados um risco de fuga", acrescenta a Procuradoria.

A instituição refere ainda que "não podem ser divulgados mais detalhes sobre esta investigação em curso, para não comprometer o seu resultado" e vinca que "todas as pessoas são consideradas inocentes até que a sua culpa seja provada pelos tribunais belgas competentes".Acesso a informação confidencial
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora do Colégio da Europa Federica Mogherini foi detida na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude.

Uma fonte da agência Lusa adiantou que Mogherini, reitora do Colégio da Europa desde setembro de 2020, foi uma das três pessoas detidas durante as buscas feitas àquela instituição académica em Bruges e às instalações do Serviço de Ação Externa da UE em Bruxelas. 

De acordo com a Procuradoria Europeia, um dos candidatos terá tido acesso a informação confidencial que o beneficiou, colocando em causa a competição justa do processo.

O ex-secretário-geral do Serviço de Ação Externa da UE, Stefano Sannino, é um dos detidos.

c/ Lusa