Prolongamento do recenseamento na Guiné-Bissau é preocupante, diz PAIGC

por Lusa

O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, disse hoje que o prolongamento do recenseamento é "preocupante" e que "não há determinação" para a realização de legislativas, previstas para 04 de junho.

O Governo da Guiné-Bissau anunciou esta quinta-feira o prolongamento, por mais duas semanas, do recenseamento eleitoral para as eleições legislativas.

"Em condições normais todos nós, fazendo parte da plenária da CNE [Comissão Nacional de Eleições], devíamos ter recebido um relatório da GTAPE [Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral] a demonstrar que ainda há um défice em relação aos números projetados para o recenseamento e todos unanimemente decidirmos que é preciso prorrogar esse prazo para incluir uma abrangência maior dos eleitores guineenses", afirmou Domingos Simões Pereira.

O líder do PAIGC, que falava aos jornalistas na sede do partido, em Bissau, após ter sido impedido de viajar para fora do país, explicou que isso não aconteceu.

"Portanto, eu enquanto partido político tenho de acreditar que essa decisão é baseada no bom senso, mas não tenho nenhum elemento para justificar que é o que está a acontecer. É muito preocupante porque todo o processo está envolvido numa nuance que não ajuda", salientou.

O PAIGC, bem como um grupo de partidos políticos, pediram recentemente uma auditoria internacional ao recenseamento em curso.

Domingos Simões Pereira lembrou que todos os prazos até à realização de eleições são fixados após ser determinada a data de início e fim do recenseamento.

O recenseamento no país, que começou em dezembro, deveria ter terminado hoje, continuando apenas na diáspora.

O líder do PAIGC disse também "não haver determinação" para que as eleições ocorram na data fixada.

"Eu ainda não soube de nenhuma reunião da plenária da CNE. Não temos CNE. Com tudo isso dizer que estamos a encaminhar para eleições é um eufemismo", sublinhou.

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