Os artigos de jornal e vídeos que Donald Trump mostrou ao homólogo Cyril Ramaphosa para lhe demonstrar que está em curso um "genocídio branco" na África do Sul eram, na sua maioria, um veículo de desinformação. Afinal, as supostas provas preparadas pelo presidente dos Estados Unidos foram retiradas de contexto ou diziam respeito à República Democrática do Congo.
Na quarta-feira, durante a reunião na Sala Oval com o presidente sul-africano, Donald Trump pediu a um assistente que "baixasse as luzes" e ligasse a televisão para poder mostrar ao líder sul-africano "algumas coisas".
As imagens exibidas no ecrã mostravam sepulturas de mais de mil agricultores brancos marcadas com cruzes brancas. Mas, afinal, as imagens - captadas numa estrada que liga as pequenas cidades de Newcastle e Normandein, na África do Sul – revelavam um memorial e não sepulturas.
Rob Hoatson, que criou o memorial para chamar a atenção do público, explicou à BBC que não se tratava de um local de enterro.
"Era um memorial. Não foi um memorial permanente que foi erguido. Era um memorial temporário", afirmou, explicando que esse memorial foi erguido na sequência do assassinato de dois agricultores da comunidade local.Afinal, o momento de tensão na Casa Branca provocado pelo presidente dos Estados Unidos teve por base informações enganosas ou descontextualizadas.
Além disso, o vídeo exibido por Trump mostrava Julius Malema, político conhecido pela sua retórica radical, a entoar apelos para "cortar a garganta aos brancos" e a cantar a música anti-apartheid "Morte ao Agricultor".
Trump afirmou falsamente que se tratava de um membro do Governo sul-africano, quando na realidade Malema é um político da oposição de quem Cyril Ramaphosa já fez questão de se distanciar.
Para além dos vídeos, Donald Trump mostrou ao presidente da África do Sul cópias de artigos sobre alegadas agressões e assassinatos de agricultores brancos nesse país.
"Estes são todos os agricultores brancos que estão a ser enterrados", disse o norte-americano. No entanto, em alguns casos, as notícias e respetivas imagens diziam respeito a factos ocorridos na República Democrática do Congo.
Num dos artigos, a fotografia que o acompanhava era uma captura de ecrã de um vídeo publicado pela agência Reuters a 3 de fevereiro que mostrava trabalhadores humanitários a transportar sacos de cadáveres na cidade congolesa de Goma.
Durante o encontro com Trump na Sala Oval, o presidente da África do Sul negou as acusações e disse, em tom calmo, que o seu país aprendeu com Nelson Mandela que “quando há problemas, as pessoas devem sentar-se à mesa e discutir o assunto”.
Ramaphosa foi, aliás, preparado para a reunião com Trump, fazendo-se acompanhar de uma delegação que incluía dois golfistas sul-africanos brancos, Ernie Els e Retief Goosen. O presidente norte-americano é conhecido pela paixão pelo golfe.
Em meados do mês de maio, a Administração Trump recebeu em Washington um grupo de 59 cidadãos sul-africanos brancos para lhes conceder o estatuto de refugiados, considerando-os vítimas de "genocídio" e "discriminação racial".
"Estão a ser mortos agricultores, que por acaso são brancos, mas o facto de serem brancos ou negros não me faz diferença", assegurou Donald Trump, justificando assim a exceção aberta para o acolhimento destas pessoas numa altura em que todas as outras admissões de refugiados, incluindo os candidatos provenientes de zonas de guerra, estão suspensas.
O Governo sul-africano garantiu então que o grupo de cidadãos não estava a sofrer qualquer perseguição que justificasse o estatuto de refugiado.
c/ agências
As imagens exibidas no ecrã mostravam sepulturas de mais de mil agricultores brancos marcadas com cruzes brancas. Mas, afinal, as imagens - captadas numa estrada que liga as pequenas cidades de Newcastle e Normandein, na África do Sul – revelavam um memorial e não sepulturas.
Rob Hoatson, que criou o memorial para chamar a atenção do público, explicou à BBC que não se tratava de um local de enterro.
"Era um memorial. Não foi um memorial permanente que foi erguido. Era um memorial temporário", afirmou, explicando que esse memorial foi erguido na sequência do assassinato de dois agricultores da comunidade local.Afinal, o momento de tensão na Casa Branca provocado pelo presidente dos Estados Unidos teve por base informações enganosas ou descontextualizadas.
Além disso, o vídeo exibido por Trump mostrava Julius Malema, político conhecido pela sua retórica radical, a entoar apelos para "cortar a garganta aos brancos" e a cantar a música anti-apartheid "Morte ao Agricultor".
Trump afirmou falsamente que se tratava de um membro do Governo sul-africano, quando na realidade Malema é um político da oposição de quem Cyril Ramaphosa já fez questão de se distanciar.
Para além dos vídeos, Donald Trump mostrou ao presidente da África do Sul cópias de artigos sobre alegadas agressões e assassinatos de agricultores brancos nesse país.
"Estes são todos os agricultores brancos que estão a ser enterrados", disse o norte-americano. No entanto, em alguns casos, as notícias e respetivas imagens diziam respeito a factos ocorridos na República Democrática do Congo.
Num dos artigos, a fotografia que o acompanhava era uma captura de ecrã de um vídeo publicado pela agência Reuters a 3 de fevereiro que mostrava trabalhadores humanitários a transportar sacos de cadáveres na cidade congolesa de Goma.
Essa situação ocorreu após combates mortais com os rebeldes M23, apoiados pelo Ruanda.
Ramaphosa foi bem preparado para reunião com Trump
Durante o encontro com Trump na Sala Oval, o presidente da África do Sul negou as acusações e disse, em tom calmo, que o seu país aprendeu com Nelson Mandela que “quando há problemas, as pessoas devem sentar-se à mesa e discutir o assunto”.
Ramaphosa foi, aliás, preparado para a reunião com Trump, fazendo-se acompanhar de uma delegação que incluía dois golfistas sul-africanos brancos, Ernie Els e Retief Goosen. O presidente norte-americano é conhecido pela paixão pelo golfe.
Esteve também presente o ministro sul-africano da Agricultura, igualmente branco, que garantiu que os agricultores não querem deixar o país, apesar de reconhecer a existência de alguns problemas.
EUA deram estatuto de refugiado a sul-africanos brancos
Em meados do mês de maio, a Administração Trump recebeu em Washington um grupo de 59 cidadãos sul-africanos brancos para lhes conceder o estatuto de refugiados, considerando-os vítimas de "genocídio" e "discriminação racial".
"Estão a ser mortos agricultores, que por acaso são brancos, mas o facto de serem brancos ou negros não me faz diferença", assegurou Donald Trump, justificando assim a exceção aberta para o acolhimento destas pessoas numa altura em que todas as outras admissões de refugiados, incluindo os candidatos provenientes de zonas de guerra, estão suspensas.
O Governo sul-africano garantiu então que o grupo de cidadãos não estava a sofrer qualquer perseguição que justificasse o estatuto de refugiado.
c/ agências