Putin avisa que Rússia está preparada se a Europa quiser uma guerra

O presidente russo considera que potências europeias estão a fazer exigências inaceitáveis sobre o possível acordo para a Ucrânia e avisa que a Rússia não deseja um conflito, mas que está pronta para lutar se for essa a ideia da Europa.

RTP /
Foto: Sergei Ilnitsky - Reuters

Vladimir Putin advertiu esta tarde que, embora não o deseje, a Rússia está preparada para ir para a guerra com a Europa se for essa a ideia dos líders europeus: "Não temos a intenção de fazer guerra à Europa, mas se a Europa o desejar e começar, estamos prontos imediatamente", afirmou o presidente russo aos jornalistas, segundo a France-Presse (AFP).

Putin deixou este aviso antes de receber em Moscovo o emissário norte-americano Steve Witkoff. O líder russo considerou que potências europeias estão a fazer exigências inaceitáveis sobre o possível acordo para a Ucrânia, deixando a ideia de que na Europa se procura impedir que os Estados Unidos consigam levar a bom porto um acordo para o fim da guerra: "Eles não têm um programa de paz, estão do lado da guerra".

Os Estados Unidos apresentaram há 10 dias um primeiro projeto de 28 pontos considerado muito favorável a Moscovo, redigido sem Kiev e os aliados europeus.

O plano, destinado a pôr fim ao conflito desencadeado pela ofensiva russa contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, foi alterado substancialmente após reuniões de Washington com ucranianos e europeus.

A proposta foi de novo trabalhada a nível bilateral no domingo, na Florida, entre delegações presididas pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, e pelo negociador ucraniano Rustem Umerov.Vladimir Putin acusa os europeus de viverem "na ilusão" de que podem infligir à Rússia uma "derrota estratégica".

Putin denunciou que os países europeus, referindo-se principalmente à França, Alemanha e Reino Unido, incluem no plano exigências inadmissíveis para Moscovo com o único objetivo de "bloquear todo o processo de paz".

"Apresentam exigências que são absolutamente inadmissíveis para a Rússia. Eles compreendem isso e culpam a Rússia por rejeitar esse processo de paz. Esse é o seu objetivo. Vemos isso claramente", afirmou.

c/ Lusa

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