Qatar reavalia continuação de papel de mediador no conflito entre Israel e Hamas

por Lusa

O Qatar está a reavaliar a continuidade no grupo de países mediadores do conflito entre Israel e o grupo palestiniano Hamas, revelou hoje o primeiro-ministro deste país do Golfo envolvido nas negociações para uma trégua na Faixa de Gaza.

"Estamos a realizar uma reavaliação global do nosso papel", disse o xeque Mohammed bin Abdelrahman Al-Thani em conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan.

Al-Thani considerou que houve "um ataque ao papel do Qatar" e que o seu país tomaria uma decisão "no momento apropriado" sobre a continuação do seu envolvimento nas negociações destinadas a obter, em particular, uma trégua entre o Hamas e Israel na guerra que dura há mais de seis meses na Faixa de Gaza.

O Qatar recebeu de forma muito crítica uma declaração do congressista norte-americano Steny Hoyer, de 84 anos, que defendeu na terça-feira que os Estados Unidos deveriam rever a sua relação com Doha caso o país do Golfo não deixe claro ao Hamas que "haverá repercussões se continuar a bloquear o progresso no sentido da libertação dos reféns [em posse do grupo islamita] e do estabelecimento de um cessar-fogo temporário".

As consequências, segundo Hoyer, deveriam incluir o corte de financiamento do Qatar ao Hamas ou a recusa de conceder refúgio aos líderes do grupo palestiniano em Doha.

Em reação, a Embaixada do Qatar em Washington afirmou que "culpar e ameaçar o mediador não é construtivo", atribuindo responsabilidade pelo impasse nas negociações ao Hamas e a Israel.

A representação do Qatar recorda o papel, juntamente com Egito e Estados Unidos, no acordo que permitiu uma trégua de uma semana no final de novembro e a libertação de 80 reféns em posse do Hamas em troca de 240 prisioneiros palestinianos.

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