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Qual das eleições? Política francesa pede dissolução da Assembleia ou demissão de Macron
Estão a contar as 48 horas para o primeiro-ministro demissionário encontrar uma solução para a crise política francesa, mas sucedem-se os pedidos de eleições antecipadas.
Foto: Benoit Tessier - Reuters
"Peço mais uma vez ao Presidente da República que ouça o sofrimento do país", disse o líder do Reagrupamento Nacional, antes de falar da dissolução da assembleia.
O cerco a Emmanuel Macron aperta-se. Sébastien Lecornu tenta encontrar até amanhã uma solução para a crise política - o primeiro-ministro demissionário tinha dito que não havia condições para governar horas depois de apresentar o executivo.
Nesta altura, Macron espera resposta, mas mesmo no círculo próximo do seu partido surgem dúvidas do que o presidente francês pretende fazer.
"Não entendo mais as decisões do presidente", afirmou na TF1 Gabriel Attal, secretário-geral do Renascimento e o quarto primeiro-ministro de uma lista de sete que tiveram Emmanuel Macron como presidente.
Edouard Philippe: saída de Macron após aprovação do Orçamento
Nesta lista de sete, o primeiro - o que teve mais tempo no poder, um total de três anos entre 2017 e 2020 - foi mais longe e defendeu eleições presidenciais antecipadas depois de aprovado o Orçamento de Estado do próximo ano.
Para Edouard Philippe, o presidente deveria nomear ainda um primeiro-ministro "com a função de executar os assuntos correntes e elaborar um orçamento". Depois de aprovado, "anunciava que iria organizar eleições presidenciais antecipadas", explicou na rádio RTL o antigo primeiro-ministro, do partido de direita Horizontes que tem apoiado o Governo.
Ontem Jean-Luc Mélenchon também defendeu a saída de Macron. O líder da aliança que juntou a esquerda moderada e radical nas eleições legislativas do ano passado - eleições vencidas pela Nova Frente Popular - é a favor da destituição do presidente francês.