Mais de 250 personalidades políticas e civis, incluindo o presidente timorense, José Ramos-Horta, subscreveram uma carta aberta aos líderes europeus alertando para a "ascensão de atores antidemocráticos", na aproximação às eleições para o Parlamento Europeu em junho.
O documento, intitulado "Um Apelo à Defesa da Democracia: 10 Prioridades para a UE", foi lançado pelo Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (International IDEA), sediado em Estocolmo, tendo entre os signatários os laureados com o Prémio Nobel da Paz José Ramos Horta, Oscar Arias Sanchez e Muhammad Yunus, o antigo presidente do Conselho Europeu Herman Van Rompuy, o presidente do Comité Económico e Social Europeu, Oliver Röpke e os antigos presidentes e primeiros-ministros Gordon Brown, George Papandreou, José Luis Rodríguez Zapatero, Viktor Yushchenko, Michelle Bachelet, entre outros.
A iniciativa surge de uma preocupação com a progressiva insatisfação em muitos países da União Europeia com as instituições democráticas "num mundo cada vez mais autoritário", refere o texto.
Às "crescentes desigualdades socioeconómicas, a corrupção, a polarização, a desinformação e as incertezas agudas criadas pela crise climática e pelas tecnologias digitais disruptivas" juntam-se o "aumento dos conflitos mundiais, que intensificou os fluxos migratórios, a escassez de energia e as perturbações comerciais".
"Estes desafios convergentes criaram um risco real de que, neste ano de eleições globais, os Estados-Membros da UE, bem como alguns dos seus principais parceiros, possam assistir à ascensão de atores políticos antidemocráticos", alertam.
A carta propõe dez prioridades para colocar a democracia no topo da agenda política interna e externa, que incluem alargar os poderes para defender o Estado de direito na UE, garantir que as novas tecnologias digitais salvaguardem os direitos humanos e colocar a democracia no centro das agendas da UE em matéria de segurança, migrações, energia e comércio.