Mundo
Rebeldes sírios pedem “Ok” da ONU para retomar ataques
Os rebeldes sírios dão ao Presidente Bashar al-Assad um prazo para travar a ofensiva das forças do regime contra a população. O Exército Síria Livre está a aproveitar a onda de reações da comunidade internacional às notícias do massacre na cidade de Houla, onde a ONU apurou mais de 80 execuções sumárias, incluindo de mulheres e crianças. Al-Assad libertou entretanto 500 detidos, atendendo às exigências de Kofi Annan, que patrocina um plano de paz quase moribundo, mas os insurgentes não estão convencidos e pedem-lhe que declare o falhanço da mediação, o que abrirá caminho a nova ofensiva rebelde contra o regime de Damasco.
Com várias localidades sob intensos bombardeamentos nos últimos dias, ações das forças de Bashar al-Assad contra a população civil que se repetem também em Houla, cidade mártir onde há uma semana foram executados pelo menos oitenta civis, numa contabilidade que ainda não está fechada, os rebeldes pedem a Kofi Annan que dê por findos os esforços das Nações Unidas para pacificar uma Síria que está em conflito interno desde há 14 meses e leva já um balanço de mais de 13.000 mortos, quase na totalidade entre a população civil.
Face às constantes violações do cessar-fogo por parte das tropas governamentais, os rebeldes pretendem retomar os ataques contra as forças de al-Assad, para o que necessitam do reconhecimento oficial de Annan do falhanço do plano que levou para a Síria há um par de meses.
Ontem, a Oposição síria dava a Bashar al-Assad dois dias para renunciar à violência. Os limites à paciência dos insurgentes foram estabelecidos pelo coronel Qassim Saadeddine via Youtube. Numa mensagem ao regime, o comandante rebelde do Exército Síria Livre impôs o meio-dia de sexta-feira como hora limite para al-Assad pacificar as suas fileiras. A alternativa – sugere – é uma reação em força.
"Se o regime não respeitar este prazo, o Exército Síria Livre anuncia que não haverá razão para qualquer obediência ao plano Annan e que o nosso dever será a defesa dos civis", ameaçaram os insurgentes, ao considerar que "depois do massacre bárbaro de mulheres e crianças em Houla nada justifica o respeito pela trégua". O Governo português declarou "persona non grata" a embaixadora da Síria acreditada em Portugal, Lamia Chakkour: "A decisão é tomada em função dos acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente do massacre de Houla, no fim de semana passado, que Portugal condenou. A mesma decisão é tomada também devido à falta de respeito do plano do Koffi Anan, assim como pelo aumento da violência sobre civis inocentes", declarou à Agência Lusa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Lamia Chakkour, embaixadora da Síria em Paris e acreditada junto das autoridades portuguesas e junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi expulsa na terça-feira pelo Governo francês.
Declarações recolhidas pela cadeia Al Jazeera deram sinais de descoordenação na liderança dos rebeldes, com o comandante Asaad a corrigir o que estava a ser avançado como as exigências da resistência: “Não há um prazo dado a Assad, apenas queremos a declaração de Annan para poder retomar as operações militares contra o regime”, declarou o líder do Exército Livre, sem grande consideração pela libertação de meio milhar de prisioneiros que o Presidente sírio terá ordenado hoje como sinal de boa vontade de Damasco.
Num último esforço para conter a escalada de violência, o atual secretário-geral das Nações Unidas insta as partes para se aterem ao plano do seu antecessor: “Peço à administração síria que honre o seu compromisso em aplicar o plano Annan”, propugnou Ban Ki-moon a partir de Istambul, capital económica da Turquia.
Al-Assad cada vez mais isoladoOntem, o Presidente Barack Obama manteve uma videoconferência com o Presidente francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merkell e o primeiro-ministro italiano Mario Monti. Os temas foram a crise na Zona Euro e a situação na Síria.
"Os líderes também discutiram os recentes desenvolvimentos na Síria e as suas perspetivas partilhadas sobre a importância de parar a violência do governo contra o seu próprio povo e a urgência de atingir a transição política", fez saber a Administração.
O regime sírio está a ser isolado dos seus contactos internacionais, primeiro com a vaga de expulsões das representações diplomáticas que mantinha por todo o mundo, e agora com os Estados Unidos e o Qatar a fecharem o sistema financeiro ao Syria International Islamic Bank (SIIB).
No que foi uma ação conjunta com os qatariotas, a Administração americana acredita que esta é uma medida que "vai aumentar a pressão económica sobre o regime de Bashar al-Assad ao cortar uma via de evasão financeira de primeira ordem".
Na base da decisão terá estado o facto de o SIIB ter sido utilizado como "fachada" de outros bancos sírios para "contornar as sanções impostas por Estados Unidos, União Europeia e Liga Árabe", explicou o Departamento do Tesouro.
Face às constantes violações do cessar-fogo por parte das tropas governamentais, os rebeldes pretendem retomar os ataques contra as forças de al-Assad, para o que necessitam do reconhecimento oficial de Annan do falhanço do plano que levou para a Síria há um par de meses.
Ontem, a Oposição síria dava a Bashar al-Assad dois dias para renunciar à violência. Os limites à paciência dos insurgentes foram estabelecidos pelo coronel Qassim Saadeddine via Youtube. Numa mensagem ao regime, o comandante rebelde do Exército Síria Livre impôs o meio-dia de sexta-feira como hora limite para al-Assad pacificar as suas fileiras. A alternativa – sugere – é uma reação em força.
"Se o regime não respeitar este prazo, o Exército Síria Livre anuncia que não haverá razão para qualquer obediência ao plano Annan e que o nosso dever será a defesa dos civis", ameaçaram os insurgentes, ao considerar que "depois do massacre bárbaro de mulheres e crianças em Houla nada justifica o respeito pela trégua". O Governo português declarou "persona non grata" a embaixadora da Síria acreditada em Portugal, Lamia Chakkour: "A decisão é tomada em função dos acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente do massacre de Houla, no fim de semana passado, que Portugal condenou. A mesma decisão é tomada também devido à falta de respeito do plano do Koffi Anan, assim como pelo aumento da violência sobre civis inocentes", declarou à Agência Lusa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Lamia Chakkour, embaixadora da Síria em Paris e acreditada junto das autoridades portuguesas e junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi expulsa na terça-feira pelo Governo francês.
Declarações recolhidas pela cadeia Al Jazeera deram sinais de descoordenação na liderança dos rebeldes, com o comandante Asaad a corrigir o que estava a ser avançado como as exigências da resistência: “Não há um prazo dado a Assad, apenas queremos a declaração de Annan para poder retomar as operações militares contra o regime”, declarou o líder do Exército Livre, sem grande consideração pela libertação de meio milhar de prisioneiros que o Presidente sírio terá ordenado hoje como sinal de boa vontade de Damasco.
Num último esforço para conter a escalada de violência, o atual secretário-geral das Nações Unidas insta as partes para se aterem ao plano do seu antecessor: “Peço à administração síria que honre o seu compromisso em aplicar o plano Annan”, propugnou Ban Ki-moon a partir de Istambul, capital económica da Turquia.
Al-Assad cada vez mais isoladoOntem, o Presidente Barack Obama manteve uma videoconferência com o Presidente francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merkell e o primeiro-ministro italiano Mario Monti. Os temas foram a crise na Zona Euro e a situação na Síria.
"Os líderes também discutiram os recentes desenvolvimentos na Síria e as suas perspetivas partilhadas sobre a importância de parar a violência do governo contra o seu próprio povo e a urgência de atingir a transição política", fez saber a Administração.
O regime sírio está a ser isolado dos seus contactos internacionais, primeiro com a vaga de expulsões das representações diplomáticas que mantinha por todo o mundo, e agora com os Estados Unidos e o Qatar a fecharem o sistema financeiro ao Syria International Islamic Bank (SIIB).
No que foi uma ação conjunta com os qatariotas, a Administração americana acredita que esta é uma medida que "vai aumentar a pressão económica sobre o regime de Bashar al-Assad ao cortar uma via de evasão financeira de primeira ordem".
Na base da decisão terá estado o facto de o SIIB ter sido utilizado como "fachada" de outros bancos sírios para "contornar as sanções impostas por Estados Unidos, União Europeia e Liga Árabe", explicou o Departamento do Tesouro.