Recuperados 24 corpos do acidente do Airbus

As equipas de resgate francesas e brasileiras já recuperaram 24 corpos do acidente do avião da Air France que se despenhou na passada semana. Entretanto, o Sindicado dos Pilotos da companhia aérea francesa apelou a que deixem de ser efectuados voos até serem substituídos os sensores de velocidade dos Airbus A330 e A340.

 

RTP /
Ontem uma equipa de mergulhadores brasileiros encontrou entre os destroços a cauda avião Força Aérea Brasileira

As autoridades brasileiras montaram um vasto dispositivo para identificar os corpos que se encontram num avançado estado de decomposição. Os cadáveres, depois de recolhidos no mar, são enviados para a Ilha de Fernando Noronha sendo depois transferidos para o Recife para a identificação. A identificação dos cadáveres poderá demorar alguns dias ou semanas.

No Atlântico, as equipas de buscas prosseguem os seus trabalhos. Ontem uma equipa de mergulhadores brasileiros encontrou entre os destroços a cauda avião, uma parte importante do aparelho que poderá ajudar os investigadores a descobrir o que aconteceu com o voo 447 da Air France.

Nas operações de buscas estão envolvidas catorze aeronaves, doze da Força Aérea Brasileira e duas francesas, além de cinco navios da Marinha do Brasil e uma fragata francesa.

Para a próxima quinta-feira está prevista a chegada ao lugar das buscas de um submarino francês que tem como missão detectar os sinais enviados pelas caixas negras.

Também a marinha norte-americana está a transportar para o lugar da catástrofe um sofisticado equipamento, que poderá ajudar a ouvir os sinais que possam ser enviados pelos equipamentos de registo de dados do aparelho.


Pilotos recusam voar nos Airbus A330 e A340

Ontem, um grupo de pilotos da Air France recusou voar nos aviões A330 e A340 a menos que sejam substituídos, dois dos três monitores externos de velocidade e altitude (sondas Piolot).

Já em Novembro de 2008, numa nota enviada aos pilotos da Air France, a companhia aérea divulgava que tinha sido apurado "um número significativo de incidentes" ligados aos cálculos de velocidade dos aviões A330 e A340, e relacionados com as sondas Pilot (que medem a velocidade aerodinâmica do avião).

Os alegados incidentes terão dado origem a seis relatórios de segurança aérea.

Segundo a Air France, também o gelo a elevadas altitudes tem, por vezes, levado a perdas de informação necessárias ao voo.

Na nota emitida pelo Sindicatos dos Pilotos da Air France, lê-se que "as mensagens automáticas enviadas pelo voo 477 antes do seu desaparecimento indica uma falha nas sondas Pilot".

A Transportadora Aérea Portuguesa, TAP, tem ao seu serviço quatro aparelhos A340 e doze A330, semelhante ao que caiu na passada semana no Atlântico.

 

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