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Referendo na Catalunha em xeque

por Jorge Almeida - RTP
Jon Nazca - Reuters

A cinco dias do referendo sobre a independência da Catalunha, parece cada vez mais improvável que o ato eleitoral tenha lugar. O Governo de Madrid bloqueou todo o processo. O grande mistério é a localização das urnas que as forças policiais não conseguiram encontrar.

Toda a logística do referendo marcado para o próximo dia 1 de outubro parece ter sido bloqueada. O vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras, afirmou na semana passada que a operação policial “afetou” o escrutínio, enquanto o porta-voz do Governo, Jordi Turull, admitiu que Madrid “esmagou” a possibilidade de haver uma votação.

Na terça-feira, o procurador-geral catalão, José María Romero de Tejada, ordenou aos Mossos d'Esquadra o fecho de todas as escolas e instalações para onde estavam previstas as mesas de voto.

A ordem é para que o efetivo policial vigie a integridade da selagem dos locais até às 21h00 de domingo (hora local), ou seja, até ao fim do dia de voto.

Mossos de Esquadra junto a uma mesa de voto simbólica nas ruas de Barcelona. Foto: Jon Nazca - Reuters

O tribunal constitucional multou os cinco membros da união eleitoral com 12 mil euros por dia, o que levou à sua dissolução.

A Guardia Civil apreendeu quase dez milhões de boletins de voto numas instalações industriais em Barcelona e os correios receberam ordem para impedir o envio das notificações para as 55 mil pessoas que iriam formar as assembleias de voto.

Os membros das mesas deviam ter recebido as notificações até terça-feira à noite, o que não aconteceu.
O segredo das urnas
O segredo mais bem guardado da Generalitat é onde se encontram as urnas que não foram encontradas pela Guardia Civil. Há quem dia que estão escondidas fora da Catalunha, embora um líder da Assembleia Nacional tenha dito há alguns dias ao jornal francês Le Monde que estavam guardadas no consulado de um país amigo da região.

Apelos para a realização do referendo na Catalunha. Foto: Susana Vera - Reuters

O porta-voz, Jordi Turull, diz que “o Governo está focado na votação” e que “o dia 1 de outubro não será fácil. As pessoas conhecem perfeitamente as consequências do seu voto”, advertiu.

Dois outros pontos importantes que continuam por esclarecer é como vai ser realizada a contagem dos votos e que organismo ou observadores internacionais vão certificar os resultados.
“Referendo seria um disparate”
De visita aos Estados Unidos, o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, considerou que fazer nesta altura um referendo independentista na Catalunha seria "um disparate".

Devido à tensão na Catalunha, o primeiro-ministro espanhol cancelou a sua participação na cimeira europeia de Tallin, que vai decorrer durante esta semana.
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