No mais recente capítulo da repressão exercida sobre as universidades norte-americanas, a Administração Trump anulou a autorização de Harvard para matricular estudantes internacionais.
A medida foi tomada depois de a universidade ter recusado fornecer informações (registos de áudio e de vídeo), exigidas pela secretária de Segurança Interna, sobre a participação de estudantes estrangeiros em protestos nos últimos cinco anos.
Kristi Noem deu então ordem ao Departamento de Segurança Interna para encerrar a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio da Universidade Harvard, com vigência para o ano letivo de 2025-2026.
A Administração Trump propõe-se ainda forçar os atuais alunos estrangeiros a transferirem-se para outras instituições de ensino superior sob pena de, se não o fizerem, perderem o estatuto legal nos Estados Unidos.
A secretária de Segurança Interna acusou Harvard de "fomentar a violência, o antissemitismo e de se coordenar com o Partido Comunista Chinês"."Isto deve ser um alerta para as outras universidades para que ganhem juízo", afirmou a secretária de Segurança Interna.
Questionada pela televisão Fox News se admite aplicar medidas semelhantes em outras universidades, incluindo a Universidade Columbia, em Nova York, Kristi Noem respondeu “com certeza, estamos". O fim do programa afeta milhares de estudantes da universidade de elite da Ivy League em Cambridge, Massachusetts.
Harvard matriculou quase 6.800 estudantes internacionais de 146 países no ano letivo de 2024-2025, o que representa 27 por cento do total de matrículas.
Os alunos da China, Canadá e Índia constituem os maiores grupos de estrangeiros a estudarem em Harvard.
Os democratas do Congresso denunciaram a revogação, o deputado norte-americano Jaime Raskin apelida-a de ser "um ataque intolerável à independência e à liberdade académica de Harvard".
Os democratas denunciam a medida como uma retaliação do Governo pela resistência de Harvard a Trump que congelou milhares de dólares em financiamento federal.
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