Rússia acusa Ucrânia de tentar "torpedear" negociações apoiadas pelos EUA

A Rússia acusou na sexta-feira a Ucrânia de tentar "torpedear" as negociações sobre o plano dos EUA para o fim da guerra, referindo que o novo texto apresentado esta semana por Kiev era "radicalmente diferente" do que Moscovo negociou com os norte-americanos.

RTP /
Militar ucraniano caminha numa posição na linha da frente na região de Donetsk a 25 de dezembro de 2025. Reuters

"A nossa capacidade de dar o impulso final e chegar a um acordo depende do nosso trabalho e da vontade política da outra parte", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Ryabkov, à televisão. 

"Sobretudo num contexto em que Kiev e os seus apoiantes, particularmente dentro da União Europeia, que não são a favor de um acordo, redobraram os seus esforços para o torpedear", acrescentou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta sexta-feira que planeia reunir-se em breve com o homólogo norte-americano, Donald Trump, e que muito pode ser decidido antes do Ano Novo, numa altura em que Washington intensifica os esforços diplomáticos para pôr fim à guerra com a Rússia.

"Concordámos com uma reunião ao mais alto nível – com o presidente Trump num futuro próximo. Muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo", escreveu na rede social X, após a última ronda de negociações entre representantes ucranianos e norte-americanos.

No início desta semana, Zelensky apresentou um esboço de plano de paz com 20 pontos, que descreveu como a principal estrutura para o fim da guerra.

O referido documento preliminar impõe o congelamento das atuais linhas da frente de combate, mas sem ser adiantada uma solução para os territórios ucranianos ocupados (19 por cento) pela Federação Russa desde a invasão de 24 de fevereiro de 2022< e reinvindicados por Moscovo.

O presidente ucraniano referiu à Axios News esta sexta-feira que estaria disposto a realizar um referendo ao plano de paz de Trump se a Rússia concordar com um cessar-fogo.
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