Rússia acusada de torturas sexuais "horríveis" na Ucrânia

Vários especialistas em áreas relacionadas com o respeito pelos Direitos Humanos acusam Moscovo de seguir uma "política deliberada e sistemática de tortura" na Ucrânia. As vítimas foram submetidas a "violência altamente sexualizada, incluindo violações, ameaças de violação e outros comportamentos depravados", garante Alice Jill Edwards, especialista em Direitos Humanos e relatora especial sobre tortura das Nações Unidas.

Cristina Santos - RTP /
Jayson Hinrichsen - Unsplash

Em todos os casos documentados foram administrados choques elétricos sucessivos, nomeadamente nos órgãos genitais. “Esses civis foram espancados, agredidos, vendados e, em alguns casos, submetidos a simulações de afogamento e execuções simuladas”, especifica o comunicado dos especialistas da ONU. Em causa estão os relatos de dez ucranianos que foram vítimas de abusos “nas regiões ocupadas da Ucrânia, nomeadamente Kherson, Kharkiv e Zaporizhia”.
Estes especialistas são mandatados pelo Conselho de Direitos Humanos, mas não falam em nome da ONU.

No entanto, não calam as denúncias e Alice Jill Edwards assegura que “estas acusações distintas, que relatam as experiências de quatro mulheres e seis homens, são verdadeiramente horríveis”. De acordo com a especialista australiana, estes dez casos são uma "pequena amostra".

Alice Jill Edwards e outros especialistas solicitaram ao Kremlin “informações adicionais sobre as alegações específicas, bem como sobre as medidas gerais tomadas para prevenir a tortura e a violência sexual perpetradas pelo pessoal militar russo e pelo pessoal auxiliar, bem como pelas autoridades dos serviços secretos e prisionais”.

“Uma regra básica do Direito Internacional da guerra estipula que os civis devem ser protegidos. A Rússia parece ter abandonado totalmente as regras internacionais. É mais do que tempo de prestar contas por estas práticas ilegais e de todos os Estados com influência aumentarem a pressão” sobre Moscovo insistiu a especialista australiana.
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