Rússia aprova envio de tropas para a Síria

por RTP
Presidente russo Vladimir Putin, Presidente dos EUA Barack Obama, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov e secretário de estado dos EUA John Kerry, num encontro terça-feira à margem da Assembleia da ONU Mikhail Klimentyev - Reuters

O Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento da Rússia, aprovou por unanimidade o envio de tropas para a Síria, tal como pedido pelo Presidente Vladimir Putin.

Moscovo é um dos principais aliados do Governo sírio do Presidente Bashar al-Assad, com quem tem contratos de fornecimento e manutenção de material militar.

A notícia foi confirmada pelo chefe de gabinete, Serguei Ivanov, o qual precisou que a autorização só se aplica a ataques aéreos e exclui o envio de tropas para o terreno.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, questionado sobre se os raids russos se irão confinar ao grupo Estado Islâmico, afirmou por seu lado que a Rússia tem por "principal objetivo lutar contra o terrorismos e apoiar as autoridades legítimas da Síria na luta contra o terrorismo e o extremismo".
Auxílio russo
Assad "apelou para ao líder do nosso país, por ajuda militar", disse Ivanov.

"O Presidente sírio dirigiu-se ao Governo do nosso país para lhe pedir que lhe fonecesse ajuda militar", disse o chefe de gabinete, acrescentando que a Rússia irá seguir conforme "as normas do direito internacional".
 
Há várias semanas que começou a ser denunciada a presença de tropas russas na Síria, para construir um aeroporto em Latakia, e uma base no interior do país mais para sul, perto de Tartessos, onde a Rússia tema sua única base do Mediterrâneo, frente à Ilha de Chipre.

Moscovo enviou ainda duas dezenas de aviões de combate para a Síria, onde estão estacionados precisamente na base aérea naval de Latakia.



Alguns relatórios de fontes libanesas, não confirmados, afirmam que tropas russas também já entraram em combate.
Acordo só contra extremistas
O Kremlin garante que a presença das suas tropas e o reforço do número dos seus aviões de caça na Síria se integra na luta contra os jihadistas do Estado Islâmico e da Frente al-Nusra, o maior grupo afeto à al-Qaida.

Washington aceita esta explicação da presença russa na Síria mas também se afirma cautelosa e atenta ao evoluir da situação.

Nas últimas semanas a diplomacia ocidental conseguiu chegar a um consenso quanto à necessidade de combater sobretudo o grupo islamita Estado Islâmico.

Mas Washington e Europa continuam a excluir uma solução para a Síria que inclua o atual Presidente Bashar al-Assad, que acusam de atrocidades contra o seu próprio povo.

A Rússia vai presidir a uma reunião do Conselho de Segurança sobre a melhor forma de combater o grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
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