Rússia reconquistou cinco aldeias na região de Kursk

A Rússia declarou esta quarta-feira que reconquistou cinco cidades perto da cidade de Sudzha, na região de Kursk, e mostrou-se satisfeita com uma "dinâmica positiva" face ao exército ucraniano, que está a recuar na zona. Na última madrugada, o exército ucraniano revelou que as forças de Moscovo lançaram três mísseis e 133 drones contra várias localidades.

RTP /
Vista de drone mostra o centro da cidade de Sudzha, na região de Kursk Social Media via Reuters

"Os soldados do agrupamento de forças da Guarda Nacional, juntamente com unidades do Ministério da Defesa, estão a pressionar as tropas do Exército ucraniano em retirada no distrito de Sudzha", afirmou um comunicado a Guarda Nacional russa.

O Ministério russo da Defesa disse, em comunicado, que tinha recapturado as aldeias de Kazachya Loknia, 1ª. Knyazhi, 2ª. Knyazhi, Zamostye e Mirni, todas localizadas em redor de Sudzha, uma pequena cidade que constitui a principal posição ucraniana na região.

Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que “a dinâmica é positiva” na zona.

As tropas russas estão a “fazer progressos bem-sucedidos na região de Kursk”, acrescentou.A Ucrânia controla, desde agosto, uma pequena parte da região russa, que espera usar como moeda de troca em possíveis conversações de paz com Moscovo. Mas as tropas ucranianas têm vindo a perder terreno nos últimos dias.

Segundo o governador da região ocidental de Kursk, quatro civis morreram e dois ficaram feridos, esta quarta-feira, na sequência de um ataque ucraniano a uma fábrica de rações na localidade de Kozyrevka.

Na terça-feira, o exército russo revelou que tinha reconquistado duas cidades na região de Kursk e “mais de 100 quilómetros quadrados”, na sequência de novos avanços durante o fim de semana.

De acordo com fontes citadas pela agência France Presse na terça-feira, a Ucrânia continua a perder terreno em Kursk sob a pressão crescente das tropas russas e norte-coreanas, e numa altura em que surgem informações sobre a eventual retirada das forças de Kiev da região.
Rússia lançou três mísseis e 133 drones na última madrugada

O exército ucraniano disse na quarta-feira que a Rússia lançou três mísseis e 133 drones durante a noite. 

A força aérea abateu 98 drones e outros 20 não atingiram seus alvos. No entanto, não revelou o que aconteceu com os restantes 15.

A Força Aérea disse que a Rússia usou três mísseis para atacar Kryvyi Rih e o porto de Odesa, no Mar Negro, além de enviar 133 drones para atacar o país durante a noite.

Em Kryvyi Rih um ataque com um míssil russo provocou a morte de uma mulher de 47 anos nove feridos.Kryvyi Rih, a cidade natal de Zelensky, tem sido um alvo frequente desde que a Rússia lançou a sua invasão em grande escala da Ucrânia, há três anos.

Segundo o governador regional de Dnipopetrovsk, Serhiy Lysak, “o ataque também atingiu uma instalação de infraestrutura e causou um incêndio”.

Lysak revelou ainda que o ataque noturno à cidade de Dnipro também feriu uma pessoa e danificou infraestruturas de empresas e cerca de 10 casas particulares.

Em Odessa, o ataque com mísseis às infraestruturas portuárias matou quatro sírios e feriu um ucraniano e um cidadão sírio, disse o vice-primeiro-ministro Oleksiy Kuleba na rede social Telegram.

O ataque danificou o navio “MJ PINA”, de bandeira de Barbados, que estava a carregar trigo para exportação para a Argélia, bem como outro navio e instalações de armazenamento de cereais.A confirmar-se a informação pode tratar-se do primeiro ataque letal russo depois de a Ucrânia ter aceitado, na terça-feira, a proposta dos Estados Unidos para declarar um cessar-fogo durante 30 dias.

“Infelizmente, quatro pessoas morreram, todas de nacionalidade síria. Na altura do ataque, o navio estava a carregar trigo para a Argélia. Era um navio completamente civil”, escreveu Oleksiy Kouleba, o vice-primeiro-ministro ucraniano responsável pela reconstrução.

A Rússia tem dirigido ataques contra as instalações portuárias e de exportação de cereais da Ucrânia desde o início da guerra, concentrando os objetivos em Odesa, no Mar Negro.

Numerosos navios estrangeiros foram atingidos por bombardeamentos russos desde 2022.

c/ agências
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