Rússia volta a atacar enquanto Ucrânia aguarda armas prometidas por Trump

Enquanto Kiev aguarda as armas prometidas pelo presidente norte-americano, Moscovo continua a atacar. Esta quarta-feira, drones e mísseis russos atingiram diferentes partes da Ucrânia, provocando pelo menos dois mortos. Donald Trump garantiu, na terça-feira, que as armas que prometeu, nomeadamente sistemas de defesa aérea Patriot, já estão a ser enviadas, mas Kiev ainda aguarda mais detalhes sobre estes equipamentos, desde logo quantos serão e quem os enviará.

Mariana Ribeiro Soares - RTP /
EPA

A Força Aérea da Ucrânia informou esta quarta-feira que a Rússia lançou 400 drones e um míssil balístico, visando principalmente Kharkiv, Kryvyi Rih e Vinnytsia — três cidades em diferentes partes da Ucrânia.

A Força Aérea diz ter abatido a maioria dos drones, mas afirma que 12 alvos não especificados foram atingidos pelo míssil e por alguns drones. Os serviços de emergência nacionais reportaram duas mortes na sequência destes ataques.
Os ataques ocorreram numa altura em que Kiev aguarda pelas armas que o presidente norte-americano prometeu que enviaria. Na segunda-feira, Donald Trump anunciou que enviaria “milhares de milhões de dólares” em equipamentos militares para a Ucrânia, incluindo os tão desejados sistemas de defesa aérea Patriot.

Trump garantiu na terça-feira que estas armas estão já a caminho da Ucrânia e que alguns sistemas de defesa Patriot deverão chegar à Ucrânia “dentro de dias”.
“Estão a vir da Alemanha”, disse o líder da Casa Branca. No entanto, os detalhes sobre o envio destas armas não são claros e estão a gerar alguma confusão.

Durante uma reunião na Casa Branca, na segunda-feira, com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, Donald Trump anunciou que tinha chegado a um acordo com os aliados da Aliança para o envio de armas para a Ucrânia. O acordo consiste em pedir aos aliados europeus que doem as suas armas e vender-lhes substitutos americanos.

No entanto, não ficou claro quem vai enviar armas, nomeadamente os sistemas Patriot.

Durante o encontro na Sala Oval com Trump, Rutte mencionou seis países da NATO – Finlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega, Países Baixos e Canadá – que estavam dispostos a participar no esquema de compra de armas.

Quando questionado sobre o assunto, um responsável da NATO afirmou à Reuters que a aliança de defesa coordenaria o fornecimento de armas através de um mecanismo conhecido como Assistência de Segurança e Treino da NATO para a Ucrânia, uma missão da NATO localizada na Alemanha, responsável por coordenar a ajuda militar ocidental a Kiev.

"Vários países europeus já se comprometeram a apoiar esta iniciativa, incluindo a Alemanha, Noruega, Dinamarca, Países Baixos, Suécia, Reino Unido, Canadá e Finlândia", disse o responsável, afirmando que “os detalhes ainda estão em discussão".
Ucrânia não deve atacar Rússia, diz Trump
Na terça-feira, Trump disse que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não deve atacar Moscovo e que o presidente russo, Vladimir Putin, deve concordar com um acordo de cessar-fogo num prazo de 50 dias, ou as sanções entrarão em vigor.

Os comentários foram feitos depois de o jornal Financial Times, citando pessoas informadas sobre as discussões, ter noticiado na terça-feira que Trump tinha encorajado a Ucrânia a intensificar os ataques contra a Rússia. O jornal afirmou que Trump perguntou a Zelensky se poderia atacar Moscovo se os EUA fornecessem armas de longo alcance. No entanto, Trump desmentiu estas declarações.

"Não, ele não deveria atacar Moscovo", disse Trump aos jornalistas na Casa Branca, quando questionado se Zelensky deveria atacar a capital russa.

Trump adotou na segunda-feira uma postura mais dura contra a Rússia, prometendo uma o envio de mais armas para a Ucrânia, ao mesmo tempo que ameaçou Moscovo com “sanções severas” caso não avance com um acordo com Kiev em 50 dias.

Donald Trump afirma que ainda não conversou com Vladimir Putin desde a ameaça de sanções, mas acredita que o presidente russo vai chegar a um acordo com Zelensky ainda antes do prazo de 50 dias.

c/ agências
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