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Guerra na Ucrânia
"Sentido de urgência" marca "retiro" sobre Defesa e Segurança da Europa
Estes são os temas do encontro informal organizado por António Costa, quando existe um "sentido de urgência" para investir mais nestas duas áreas. O presidente do Conselho Europeu salientou esta segunda-feira, a partir de Bruxelas, a necessidade de entendimentos políticos sobre as linhas orientadoras da estratégia de segurança da União.
À mesma mesa estão os chefes de Estado e de governo da União e também o primeiro-ministro britânico e o secretário-geral da NATO.
O objetivo deste “retiro”, como lhe chamou António Costa, é possibilitar o diálogo e encontrar consensos entre os altos responsáveis europeus, sem a pressão de terem que chegar a conclusões ou decisões, como acontece nas cimeiras europeias regulares.
O presidente do Conselho Europeu espera que haja um "debate franco, aberto e livre" para preparar o reforço do sector da Defesa. O antigo primeiro-ministro português destaca “três questões principais" para esta cimeira informal.
Sendo esta uma “discussão estratégica" para "preparar o caminho para as decisões dos próximos meses", as três prioridades passam por definir o que é preciso desenvolver “de uma forma cooperante” na área da defesa e da segurança. Ainda como é possível garantir o “financiamento necessário" para esse investimento. Por último, como é que é possível “reforçar as nossas parcerias atuais".
"Uma nova etapa"
"Uma nova etapa"
O primeiro-ministro português afirma, por seu turno, que esta é "uma nova etapa" e lembra que o Governo está a analisar - através de uma task-force - estratégias para "atrair novas indústrias" na área da Defesa, "seja de armamento" ou outras.
Luís Montenegro, à entrada para o "retiro", afirmou ser necessário haver "uma linha de financiamento própria" e estratégia de financiamento comum dos Estados-membros.
Já o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou que a Europa precisa de traçar caminhos comuns para garantir a defesa e a segurança dos Estados-membros.
Com o "sentimento comum de urgência" entre os Estados-membros, António Costa também quer que este encontro informal demonstre que a aposta na Defesa e na Segurança está agora na agenda comunitária.
Arranca assim em Bruxelas, no Palácio d'Egmont, local independente e que não pertence a qualquer instituição europeia, o primeiro retiro de chefes de Governo e de Estado da UE, numa iniciativa de António Costa.
Dados da Agência Europeia de Defesa revelam que, entre 2021 e 2024, a despesa total com a defesa dos Estados-membros da UE aumentou mais de 30 por cento.
Prevê-se que as despesas com a defesa aumentem em mais de 100 mil milhões de euros em termos reais até 2027.