Sindicato denuncia assédio contra jornalistas na Venezuela
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) expressou terça-feira preocupação pela detenção temporária de uma equipa de televisão chilena na Venezuela, denunciando existir um padrão de assédio que viola os padrões internacionais.
"O SNTP expressa a sua preocupação pela retenção da equipa de Chilevision e alerta que estes tipos de procedimentos fazem parte de um padrão de assédio contra o trabalho jornalístico na Venezuela, especialmente em zonas fronteiriças e de alta vigilância. A inspeção arbitrária de telefones, a eliminação de material e a incomunicabilidade prolongada violam os padrões internacionais de liberdade de imprensa e segurança dos jornalistas", denunciou na rede social X.
O SNTP explicou que a equipa da Chilevision era composta pelo jornalista Roberto Cox, por um operador de câmara e dois seguranças.
"Confiscaram os telemóveis, exigiram as senhas, revistaram o WhatsApp e as galerias e apagaram fotos e vídeos gravados fora da Venezuela. Estiveram detidos durante sete horas por organismos de inteligência venezuelanos, em 11 de dezembro, na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela", explicou.
O SNTP afirmou ainda que a equipa foi levada para um quartel e mantida incomunicável.
Na Venezuela, pelo menos 20 jornalistas e profissionais da comunicação social estão detidos, enquanto outros 12 enfrentam processos judiciais sob medidas cautelares.
Segundo o SNTP, "as detenções não respondem a crimes provados, mas ao exercício do jornalismo independente, à divulgação de opiniões críticas ou à militância política dos comunicadores".
"Em muitos casos, foram-lhes imputados crimes como terrorismo, incitação ao ódio ou associação para cometer delito, sem respeito pelo devido processo legal nem acesso à defesa", explicou.