Síria. Presidente da transição vai participar na Assembleia Geral da ONU

O Presidente de transição da Síria, Ahmad al-Charaa, partiu hoje para os Estados Unidos, onde deverá intervir na 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, anunciou a televisão estatal síria.

Lusa /
Khalil Ashawi - Reuters

O antigo dirigente extremista, que chegou ao poder após a queda de Bashar al-Assad em dezembro de 2024, viajou para participar nos trabalhos da assembleia anual da ONU, disse a presidência num comunicado, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Al-Charaa deverá ser o primeiro dirigente sírio a discursar perante a Assembleia Geral da ONU desde o ex-presidente Noureddine al-Atassi, em 1967.

Desde que chegou ao poder, Al-Charaa trocou o uniforme de combatente pelo de chefe de Estado.

Encontrou-se com líderes estrangeiros, incluindo o Presidente norte-americano, Donald Trump, em maio, na Arábia Saudita, e o Presidente francês Emmanuel Macron, em Paris, durante a primeira viagem ao Ocidente.

Al-Charaa continua a ser alvo de sanções da ONU e de uma proibição de viajar devido ao passado extremista, tendo de solicitar revogações para todas as viagens ao estrangeiro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Assaad al-Chaibani, hasteou na semana passada a bandeira do país na embaixada síria na capital dos Estados Unidos, Washington.

"Após décadas de ausência, hoje a bandeira da República Árabe Síria flutua no topo da nossa Embaixada em Washington", disse Al-Chaibani nas redes sociais.

"Com sentimentos de orgulho e honra, represento um povo que perdurou e uma pátria que não foi quebrada. A Síria está de volta", acrescentou.

A Síria e Israel continuam tecnicamente em estado de guerra, mas iniciaram negociações diretas após a queda de Al-Assad e representantes dos dois países já se reuniram várias vezes.

Os Estados Unidos já levantaram a maioria das sanções que impuseram à Síria durante o regime de Bashar al-Assad.

Fundado pelo pai Hafez al-Assad em 1977, o regime de Bashar Al-Assad, que se exilou na Rússia, caiu na sequência de uma ofensiva de extremistas e rebeldes liderados pela coligação Hayat Tahrir al-Sham.

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