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Sondagem. Maioria dos portugueses, angolanos e cabo-verdianos insatisfeitos com funcionamento da democracia
As sondagens da Universidade Católica para a RTP sobre o período pós-independência das ex-colónias portuguesas demonstram que a maioria dos inquiridos em Portugal, Angola e Cabo Verde estão "pouco" ou "nada" satisfeitos com o modo como funcionam as respetivas democracias. No entanto, a maioria dos inquiridos nos três países considera que, mesmo com problemas, a democracia é o melhor do que qualquer outro regime. Nos três países, a grande maioria procura informar-se sobre outros países de língua portuguesa e considera até que deveria haver mais informação nos meios de comunicação social sobre estes países com laços históricos.
A RTP divulga esta sexta-feira os derradeiros dados apurados pelas três sondagens da Universidade Católica Portuguesa realizadas para a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril. Abrangem não apenas o território português, mas também Angola e Cabo Verde.
No capítulo sobre atitudes sociais e políticas, as três sondagens evidenciam uma insatisfação generalizada nos três países com o estado das respetivas democracias. Em Portugal, 38% dos inquiridos diz-se “razoavelmente satisfeito” e apenas 8% diz estar “muito satisfeito”. A maioria dos inquiridos portugueses diz estar “não muito satisfeito” (26%) ou “nada satisfeito” (25%).

A maioria dos inquiridos portugueses diz estar “não muito satisfeito” ou “nada satisfeito” (51% no total).
Em Angola, o cenário é muito semelhante. Há 35% de inquiridos que se diz “razoavelmente satisfeito” com o modo como a democracia funciona em Angola e só 7% dizem estar “muito satisfeitos”.
No entanto, a maioria da população assume a insatisfação, com 26% a afirmar que está “não muito satisfeito” e outros 26% que dizem que não estão “nada satisfeitos”, ou seja, um total de 52%.
Finalmente, em Cabo Verde, 35% dos inquiridos afirmam que estão “razoavelmente satisfeitos” com o modo de funcionamento da democracia no país e 10% dizem estar “muito satisfeitos”. No entanto, há 29% de inquiridos “não muito satisfeitos” e 24% “nada satisfeitos”, pelo que um total de 53% não vê tantos aspetos positivos.

Mas a visão predominante nos três países é de que a democracia pode ter problemas, mas é melhor do que qualquer outro regime político. Em Portugal, 87% concordam com esta afirmação e apenas 7% não concordam.
Também em Cabo Verde, esta opinião é esmagadora: 88% concordam com a ideia de que a democracia é o melhor regime político mesmo que tenha problemas. Pouco mais de 2% discorda.
Em Angola, há 55% de inquiridos a concordar que a democracia é o melhor regime político mesmo que tenha problemas, mas um número mais significativo do que em Portugal e Cabo Verde diz não concordar nem discordar desta ideia (20%). Há também 21% que não concorda com a afirmação neste ponto do inquérito. Mais informação
A sondagem da Universidade Católica permite concluir que grande parte da população portuguesa acompanha com interesse as notícias sobre países africanos de língua portuguesa. Um total de 75% dos inquiridos diz seguir informação sobre esses países com “algum interesse” (54%) ou “muito interesse” (21%). Apenas 17% diz ter “pouco interesse” e 5% afirma ter “nenhum interesse”.
E tendo em conta a atenção que os meios de comunicação social portugueses, televisão ou outros, dão aos países africanos de língua portuguesa, grande parte dos inquiridos considera que o foco mediático sobre estes países devia ser ainda maior (55%), enquanto 41% considera que a atenção dada já é adequada. Só 3% considera que estes países deveriam ser seguidos com menor atenção.
Entre os inquiridos angolanos, a informação sobre Portugal é acompanhada com “algum interesse” (32%) ou mesmo “muito interesse” (21%), num total de 53%. Mas há 30% de inquiridos que afirma ter “pouco interesse” (30%) ou mesmo “nenhum interesse” (12%) nestas informações.
Sobre outros países africanos de língua portuguesa, o interesse cresce ligeiramente: 56% dos inquiridos angolanos acompanham com algum interesse (33%) ou com muito interesse (23%) o que se passa.
Quando questionados sobre a atenção que os meios de comunicação social angolanos dão aos países de língua portuguesa, há uma percentagem significativa de inquiridos (47%) a querer mais informação, enquanto 33% consideram que a mediatização destes países é a adequada. Outros 12% preferiam que houvesse uma menor cobertura.
Em Cabo Verde há, segundo esta sondagem, vontade de obter conhecimentos sobre Portugal, com 38% a dizer que tem “muito interesse” e 32% afirmam que têm “algum interesse”, num total de 70% de inquiridos que manifestam interesse. Outros 30% afirmam ter pouco ou nenhum interesse.
Números que são menos expressivos a respeito da atenção dada a outros países africanos de língua portuguesa: 54%
Finalmente, a última questão das três sondagens procura auferir qual o nível de conhecimento nos três países quanto ao processo de independência das ex-colónias, questionando os inquiridos em que década do século XX se deu a independência dos países africanos de língua portuguesa.
Grande parte dos portugueses diz corretamente que foi na década de 70 (72%), enquanto 46% dos angolanos e 69% dos cabo-verdianos dão essa mesma resposta.
Ficha Técnica – Portugal:
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, a RTP e a Universidade Católica Portuguesa entre os dias 21 de maio e 13 de junho de 2025. O universo alvo é composto pelos cidadãos portugueses, com 18 ou mais anos de idade, residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1104 inquéritos válidos, sendo 43% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 31% da região Norte, 23% do Centro, 32% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 1% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do INE. A taxa de resposta foi de 21%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1104 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95%.
*Foram contactadas 5175 pessoas. De entre estas, 1104 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.
Ficha Técnica - Angola:
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, a RTP e a Universidade Católica Portuguesa entre os dias 21 e 31 de maio de 2025. O universo alvo é composto pelos cidadãos angolanos, com 18 ou mais anos de idade, residentes em Angola. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1199 inquéritos válidos, sendo 52% dos inquiridos mulheres. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1199 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95%.
Ficha Técnica – Cabo Verde:
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, a RTP e a Universidade Católica Portuguesa entre os dias 29 de maio e 23 de junho de 2025. O universo alvo é composto pelos cidadãos cabo-verdianos, com 18 ou mais anos de idade, residentes em Cabo Verde. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente, na rua, em várias ilhas de Cabo Verde (maioritariamente Santiago e São Vicente). Todas as entrevistas foram realizadas presencialmente (cara-a-cara). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 810 inquéritos válidos, sendo 49% dos inquiridos mulheres. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e ilha com base nos dados do INE Cabo Verde. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 810 inquiridos é de 3,4%, com um nível de confiança de 95%.
No capítulo sobre atitudes sociais e políticas, as três sondagens evidenciam uma insatisfação generalizada nos três países com o estado das respetivas democracias. Em Portugal, 38% dos inquiridos diz-se “razoavelmente satisfeito” e apenas 8% diz estar “muito satisfeito”. A maioria dos inquiridos portugueses diz estar “não muito satisfeito” (26%) ou “nada satisfeito” (25%).
A maioria dos inquiridos portugueses diz estar “não muito satisfeito” ou “nada satisfeito” (51% no total).
Em Angola, o cenário é muito semelhante. Há 35% de inquiridos que se diz “razoavelmente satisfeito” com o modo como a democracia funciona em Angola e só 7% dizem estar “muito satisfeitos”.
No entanto, a maioria da população assume a insatisfação, com 26% a afirmar que está “não muito satisfeito” e outros 26% que dizem que não estão “nada satisfeitos”, ou seja, um total de 52%.
Finalmente, em Cabo Verde, 35% dos inquiridos afirmam que estão “razoavelmente satisfeitos” com o modo de funcionamento da democracia no país e 10% dizem estar “muito satisfeitos”. No entanto, há 29% de inquiridos “não muito satisfeitos” e 24% “nada satisfeitos”, pelo que um total de 53% não vê tantos aspetos positivos.
Mas a visão predominante nos três países é de que a democracia pode ter problemas, mas é melhor do que qualquer outro regime político. Em Portugal, 87% concordam com esta afirmação e apenas 7% não concordam.
Também em Cabo Verde, esta opinião é esmagadora: 88% concordam com a ideia de que a democracia é o melhor regime político mesmo que tenha problemas. Pouco mais de 2% discorda.
Em Angola, há 55% de inquiridos a concordar que a democracia é o melhor regime político mesmo que tenha problemas, mas um número mais significativo do que em Portugal e Cabo Verde diz não concordar nem discordar desta ideia (20%). Há também 21% que não concorda com a afirmação neste ponto do inquérito. Mais informação
A sondagem da Universidade Católica permite concluir que grande parte da população portuguesa acompanha com interesse as notícias sobre países africanos de língua portuguesa. Um total de 75% dos inquiridos diz seguir informação sobre esses países com “algum interesse” (54%) ou “muito interesse” (21%). Apenas 17% diz ter “pouco interesse” e 5% afirma ter “nenhum interesse”.
E tendo em conta a atenção que os meios de comunicação social portugueses, televisão ou outros, dão aos países africanos de língua portuguesa, grande parte dos inquiridos considera que o foco mediático sobre estes países devia ser ainda maior (55%), enquanto 41% considera que a atenção dada já é adequada. Só 3% considera que estes países deveriam ser seguidos com menor atenção.
Sobre outros países africanos de língua portuguesa, o interesse cresce ligeiramente: 56% dos inquiridos angolanos acompanham com algum interesse (33%) ou com muito interesse (23%) o que se passa.
Quando questionados sobre a atenção que os meios de comunicação social angolanos dão aos países de língua portuguesa, há uma percentagem significativa de inquiridos (47%) a querer mais informação, enquanto 33% consideram que a mediatização destes países é a adequada. Outros 12% preferiam que houvesse uma menor cobertura.
Em Cabo Verde há, segundo esta sondagem, vontade de obter conhecimentos sobre Portugal, com 38% a dizer que tem “muito interesse” e 32% afirmam que têm “algum interesse”, num total de 70% de inquiridos que manifestam interesse. Outros 30% afirmam ter pouco ou nenhum interesse.
De referir também que 47% dos inquiridos cabo-verdianos gostaria de ver os meios de comunicação social do seu país a dar mais atenção ao que se passa noutros países de língua portuguesa, 17% que considera que o espaço mediático a estes países é o adequado e 4% que o considera excessivo. Houve ainda 32% que respondeu de forma inconclusiva (“não sabe/não responde”).
Grande parte dos portugueses diz corretamente que foi na década de 70 (72%), enquanto 46% dos angolanos e 69% dos cabo-verdianos dão essa mesma resposta.
Ficha Técnica – Portugal:
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, a RTP e a Universidade Católica Portuguesa entre os dias 21 de maio e 13 de junho de 2025. O universo alvo é composto pelos cidadãos portugueses, com 18 ou mais anos de idade, residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1104 inquéritos válidos, sendo 43% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 31% da região Norte, 23% do Centro, 32% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 1% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base nos dados do INE. A taxa de resposta foi de 21%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1104 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95%.
*Foram contactadas 5175 pessoas. De entre estas, 1104 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.
Ficha Técnica - Angola:
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, a RTP e a Universidade Católica Portuguesa entre os dias 21 e 31 de maio de 2025. O universo alvo é composto pelos cidadãos angolanos, com 18 ou mais anos de idade, residentes em Angola. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1199 inquéritos válidos, sendo 52% dos inquiridos mulheres. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1199 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95%.
Ficha Técnica – Cabo Verde:
Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, a RTP e a Universidade Católica Portuguesa entre os dias 29 de maio e 23 de junho de 2025. O universo alvo é composto pelos cidadãos cabo-verdianos, com 18 ou mais anos de idade, residentes em Cabo Verde. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente, na rua, em várias ilhas de Cabo Verde (maioritariamente Santiago e São Vicente). Todas as entrevistas foram realizadas presencialmente (cara-a-cara). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 810 inquéritos válidos, sendo 49% dos inquiridos mulheres. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e ilha com base nos dados do INE Cabo Verde. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 810 inquiridos é de 3,4%, com um nível de confiança de 95%.