Debate dos partidos com representação parlamentar - segunda parte
Debate dos partidos com representação parlamentar - primeira parte
PAN defende aposta na economia verde e lança críticas a cortes da AD
Escolha é entre "dinheiro fácil" e o "verdadeiro enriquecimento", vinca Rui Tavares
Paulo Raimundo exige cessar-fogo imediato em Gaza
BE quer rever modelo económico. IL quer "legislatura de crescimento económico"
Chega acusa AD de ter "programa de fantasia" para a Economia
Pedro Nuno aponta falha de Montenegro na Economia
Montenegro assegura que "estamos um bom momento da economia portuguesa"
PAN pede mais investimento no SNS e com gestão pública otimizada e quer SNS para animais
BE diz que saúde precisa de uma solução de emergência “há muito tempo” e fala de um modelo errado
Ventura diz a Montenegro que o maior falhanço do Governo é a saúde
Ventura diz que “aliens” chegaram ao debate a dizer que nada funciona na saúde, como se não tivessem responsabilidade na governação. O líder do Chega diz que este setor é o maior falhanço do Governo, recordando as urgências fechadas e a necessidade de fazer uma chamada antes de ir a um serviço de urgência. “Isto cabe na cabeça de alguém?”, pergunta. “É ridículo”.
“Voltamos a propor que por exemplo o trabalho suplementar em IRS”, algo que não foi aprovado.
O terceiro falhanço, diz, é o acesso de quem vem de fora pode ter cuidados de saúde e os portugueses lá fora não têm acesso.
PCP diz que há condições para o SNS fazer parte daquilo que transfere para outros fazerem
Paulo Raimundo diz que dos 16 mil milhões de euros do Orçamento do Estado para o SNS, metade do valor serve para pagar a outros para fazer parte das incumbências. O líder do PCP defende que o SNS tem capacidade de fazer pelo menos parte dessas tarefas que transfere.
“O problema do SNS é a falta de recursos humanos”, diz, acrescentando que o Governo tem de o fazer para que se fixem no SNS, não duvidando que havendo uma boa carreira, os profissionais se vão fixar no serviço nacional de saúde em desfavor do setor privado.
Rui Tavares apresenta medida que custa zero euros e um programa "regressar saúde"
O líder do Livre faz a comparação entre o privado e público e considera que é essencial que tanto privados com públicos disponibilizem toda a informação sobre a sua prestação para que os privados, que têm acesso a toda a informação sobre o SNS, não fiquem em vantagem. “Há uma competição feroz dos privados com SNS”, diz.
Rui Rocha considera "inadmissível" que as grávidas encontrem portas sucessivamente fechadas
O líder da Iniciativa Liberal diz que o PS e AD “não funcionaram” nem com o Pedro (Nuno Santos) nem com o Luís (Montenegro).
Defende que se dê “liberdade de escolha” e um sistema concorrencial entre prestadores que vai gerar uma aposta na medicina preventiva.
“Continuando assim, daqui a um ano ou nas próximas eleições, cá estaremos de novo a dizer que as coisas estão mal, que não mudaram”.
Luís Montenegro nega “falhanço na saúde” e diz que setor está em "transformação"
O candidato da AD considera que o ponto de partida com que chegou ao Governo era “calamitoso”. Considera que o serviço nacional de saúde tem agora mais capacidade de resposta do que há um ano.
Refere que o problema das urgências é falta de recursos humanos, dizendo que a resposta a questões de habitação é essencial também para conseguir ter pessoas a trabalhar na saúde.
“Temos um foco, a pessoa”, depois de dizer que não tem qualquer problema ideológico entre privado e particular.
A intervenção finalizou com uma troca de argumentos com Pedro Nuno Santos sobre a dotação equitativa entre provados e públicos.
Rui Rocha ironiza com "frente popular da bancarrota", com críticas à esquerda e à direita
André Ventura: "Temos imigração a mais. Não há casas para toda a gente"
Bloco de Esquerda diz que se pede "pacto de paciência" aos jovens
PAN acredita que violência doméstica é "flagelo maior" que imigração. Livre pergunta pelos portugueses que emigraram
Segundo o PAN, o pior problema do país não é a imigração mas a “violência doméstica” e questionou se também vão ser criadas leis de expulsão nesses casos.
“O PAN defende que, se existem crimes cometidos em Portugal, (…) temos que responsabilizar essas pessoas e fazê-las cumprir a lei”, sublinhou.
Já Rui Tavares pediu ao primeiro-ministro para “não tomar por parvas” as pessoas. Sobre a imigração ilegal, relembrou que representam 0,2 por cento e que pouco se fala dos restantes 99 por cento do país.
“Quantos portugueses regressam?”, questionou o porta-voz do Livre.
"Ajudámos os jovens casais portugueses a comprar casas", observa Montenegro
Pedro Nuno Santos: "Casas estão mais caras do que há um ano"
Questão de imigração é "ação de campanha do Governo", acusa Paulo Raimundo
“Estamos numa ação de campanha eleitoral do Governo”, critica o líder comunista, acrescentando que é preciso pensar como é que as forças policiais vão controlar o “aumento das máfias do tráfico humano”, que também está a acontecer em Portugal.
“Não pudemos ser cúmplices com isto”, continuou, lembrando que o PCP tinha proposto o reforço para “a AIMA poder responder”.
O problema da imigração é, segundo Raimundo, “um problema que o Estado tem de resolver, cumprindo e fazendo cumprir os direitos e deveres iguais para todos”. Mas há outro problema, disse: “estamos a empurrar para fora do país milhares de jovens”, porque Portugal não tem condições de trabalho.
Trazer de volta os jovens portugueses que emigraram “devia ser um esforço que devíamos fazer”, em vez de “responder à agenda eleitoral que Luís Montenegro nos quis impor”.
IL sobre imigração: "quem tem trabalho entra e quem cumpre a lei fica"
“Podemos passar o tempo a criticar eleitoralismo, mas o essencial é ter uma ideia clara”, afirmou Rui Rocha.
O Iniciativa Liberal quer “uma imigração com regras e uma imigração com dignidade”. Isto é: “quem tem trabalho entra e quem cumpre a lei fica”.
A extinção do SEF, na opinião do IL, foi "uma péssima ideia" do PS que contribuiu para o descontrolo nas fronteiras. E a AIMA não tem competências para fiscalizar.
"Atacamos imigrantes" para não debater qualquer problema do país, aponta Mortágua
“Há um problema na Habitação, não temo de debater soluções e atacamos imigrantes. Há um problema na Saúde, não temo de debater soluções e atacamos imigrantes. Qualquer que seja o problema, não é preciso debater soluções: atacamos imigrantes”, afirmou a líder do Bloco de Esquerda.
Segundo a bloquista, para saber quem entra no país, é preciso “regularizar as pessoas”, que entram “porque há trabalho”.
“A única forma (…) é conceder-lhes documentos que permitam regularizar-se e integrar-se em Portugal”.
Mariana Mortágua criticou Luís Montenegro de “atacar imigrantes” como “propaganda política para disputar votos com o Chega”. Além disso, considerou que a “instalação da AIMA foi um desastre”.
Chega acusa PS e PSD de "igual culpa" no descontrolo da imigração
Contudo, Ventura aponta o dedo também a Montenegro: “o PSD tem igual culpa do PS nesta bandalheira em que estamos”.
“PS e PSD sempre se entenderam para deixar entrar toda a gente sem controlo”, continuou. “E agora dizem que ‘há pouco a fazer’”.
A AD, segundo André Ventura, está a fazer “eleitoralismo” e “o mesmo que o PS, que é não controlar” a imigração.
Para o Chega, “quem está ilegal neste país tem de sair, quem cumpra crimes neste país tem de sair e quem não sair a bem (…) sairá a mal”.
Montenegro acusou Governo anterior de deixar questões da imigração "uma balburdia"
Segundo o primeiro-ministro, o Governo anterior, liderado pelo PS, deixou 400 processos pendentes. O que Montenegro classificou como uma “situação de balburdia efetiva”.
“O Partido Socialista não sabia quem é que estava efetivamente no país, quem é que estava a cumprir o seu desejo de legalizar a sua situação e o que é que estava a fazer”, começou por reiterar. “O que está a acontecer hoje é um processo de normalização”.
A AIMA, de acordo com o líder do PSD, tem hoje uma “capacidade sete vezes superior” para atender à que tinha antes quem chega ao país. Ainda assim, não se sabe onde “estão 177 mil imigrantes” que, acusou Montenegro, o PS deixou entrar.
“Estamos a tentar terminar este processo para termos uma imigração regulada e humanista, que valoriza quem vem trabalhar, quem vem acrescentar valor aos nossos recursos humanos”.
A AD considera que há três condições para ter uma “política de retorno eficaz”: haver centros de instalação temporária, para “deter e encaminhar essas pessoas com humanismo e dignidade” para os seus países; haver uma unidade de Estrangeiros e Fronteiras na PSP; e haver “mais agilidade na lei de retorno”.
Pedro Nuno diz que falta de sentido de Estado de Montenegro "fragiliza emigrantes"
A diferença está, explicou, na forma como um primeiro-ministro, “de forma propagandista”, se apropria do “trabalho normal e natural” da AIMA para “fazer campanha política na sua disputa direta com o Chega”. Desse ponto de vista, o líder socialista comparou o processo ao que Donald Trump pôs em ação nos Estados Unidos.
Segundo Pedro Nuno, há emigrantes portugueses que vivem e trabalham nos Estados Unidos e no Canadá que não têm documento e cuja “falta de sentido de Estado de Luís Montenegro acaba por fragilizar a posição” destes milhares de emigrantes.
“No passado, nenhum primeiro-ministro teve o prazer de anunciar que há emigrantes expulsos”, apontou, acusando Montenegro de “eleitoralismo”. “É um trabalho regular, que deve ser feito com descrição e sentido de Estado e responsabilidade”.
Montenegro responde sobre Spinumviva. "Objetivo é apenas luta política"
Dirigindo-se aos portugueses, o candidato da AD afirmou nunca ter violado “o dever de exclusividade”.
“Nunca tomei nenhuma decisão influenciado por outro interesse que não seja o interesse coletivo, o interesse público”, acrescentou. “Não há nenhuma acusação que esteja pendente sobre mim”.
E repetiu estar sempre “disponível para o escrutínio e as explicações”, considerando que não é justo fazerem “ofensas” à própria honra e honestidade, “de forma gratuita”.
“É apenas pela luta política que isto está aqui a ser suscitado”, reforçou.
Inês Sousa Real chama "grande artista" a Montenegro
“No entender do PAN, o que os portugueses querem neste momento é uma resposta”, declarou a deputada, acrescentando que o PSD “adiou a votação” da regulamentação do lobbying, que permitiria saber “a agenda dos governantes”.
Rui Tavares acusa Montenegro de tornar Spinumviva em "potencial veículo de influências"
“Luís Montenegro sabia algo que só muito recentemente disse (…) à Entidade para a Transparência através da declaração sobre os clientes da Spinumviva”, afirmou o líder do Livre.
“Porque é que não fez aquilo que se faz em tantos lugares do mundo dos países com os quais gostamos de nos comparar?”, questionou.
“A resposta é muito simples: é que Luís Montenegro queria continuar a saber quem eram os clientes da Spinumviva (…), e sabendo os clientes que o primeiro-ministro sabe, a Spinumviva converte-se num potencial veículo de influências”, respondeu Rui Tavares
O deputado defendeu ainda que “o essencial é haver uma muralha de fogo na informação”.
Paulo Raimundo diz que Montenegro deveria ter-se demitido
“Aquilo que se conhecia há um mês era mais do que suficiente para que Luís Montenegro se tivesse demitido”, já que “havia uma profunda incompatibilidade entre aquilo que era o cargo do primeiro-ministro e as suas opções de negócio”, declarou.
Montenegro é "vítima das suas escolhas", defende BE
A bloquista acusou ainda o chefe de Governo de arrastar o país para eleições “porque não quer dar explicações e lidar com as consequências das suas escolhas”, acusando-o também de contribuir para a “normalização da promiscuidade entre o setor público e o setor privado”.
Rui Rocha responsabiliza todos os partidos menos a IL pela crise política
Na opinião do líder da IL, Luís Montenegro foi também responsável, já que “quis pôr o destino do país nas mãos de André Ventura e Pedro Nuno Santos”.
“O interesse dos portugueses está em primeiro lugar”, acrescentou, dizendo que o seu partido quer quebrar um ciclo de instabilidade política.
Ventura quer Comissão Parlamentar de Inquérito
“O primeiro-ministro não foi transparente e, quando soube que ia haver uma comissão de inquérito, quis evitá-la. E mandou o país para eleições para evitar um escrutínio no Parlamento”, declarou.
O presidente do Chega acredita que tem de existir uma Comissão Parlamentar de Inquérito “sempre que há suspeitas de que, entre o negócio público e o privado, as coisas estão a funcionar de forma irregular”.
"O que nos leva à moção de confiança são todos estes casos", frisa Pedro Nuno
“É para mim claro que Luís Montenegro não tem a credibilidade nem a idoneidade necessária para a função de primeiro-ministro. Um primeiro-ministro é transparente, não foge ao escrutínio”, declarou o líder socialista.
O candidato acusou ainda o chefe de Governo de ter deixado “a economia a cair”, com casas mais caras do que há um ano e o SNS “num caos”.
Montenegro diz que causa direta das eleições foi rejeição da moção de confiança
“Eu fiz tudo de boa-fé, fiz tudo dentro daquilo que são os parâmetros da lei, dos parâmetros do comportamento ético. Eu nunca tive nenhum comportamento ilegal, eu não sou acusado de cometer nenhuma ilegalidade”
“A causa direta destas eleições foi a rejeição de uma moção de confiança”, assinalou o líder da AD.
Spinumviva. Rui Tavares promete confrontar Montenegro no debate deste domingo
Foto: Manuel de Almeida - Lusa
Legislativas. Debate com os oito líderes partidários na RTP
Foto: João Marques - RTP