A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) apelou à calma no Estreito de Taiwan, aconselhando contra qualquer "ação provocatória" na sequência da visita a Taipé da líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Sudeste asiático pede tréguas nas provocações entre EUA e China
Numa rara declaração sobre este tipo de questões, os ministros dos Negócios Estrangeiros das dez nações da ASEAN, reunidos em Phnom Penh, capital do Camboja, expressaram preocupação com a possibilidade da situação poder "desestabilizar a região e eventualmente levar a um erro de cálculo, a um confronto sério, a conflitos abertos e a consequências imprevisíveis entre grandes potências".
Nancy Pelosi é a mais importante responsável norte-americana a visitar a ilha em 25 anos.
A visita causou indignação junto do governo chinês, que respondeu nos últimos dias com sanções económicas a Taiwan, além da realização de exercícios militares com fogo real em seis zonas marítimas perto da ilha a partir de hoje, até domingo.
Washington tem também um porta-aviões e outro equipamento naval na região.
No comunicado da ASEAN, os ministros apelaram ainda à "máxima contenção" e a que os envolvidos "se abstenham de ações provocatórias".
"O mundo precisa urgentemente da sabedoria e responsabilidade de todos os líderes para defender o multilateralismo e a parceria, a cooperação, a coexistência pacífica e a competição saudável para os nossos objetivos comuns de paz, estabilidade, segurança e desenvolvimento inclusivo e sustentável", escreveram os chefes da diplomacia.
"Devemos agir em conjunto e a ASEAN está pronta a desempenhar um papel construtivo na facilitação do diálogo pacífico entre todas as partes", acrescentaram.
A ASEAN é constituída pelo Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar (antiga Birmânia), Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname.