Surto de cólera em Moçambique causa sétima morte

Aumentou para sete o número de casos mortais no surto de cólera declarado em Moçambique após a passagem do ciclone Idai, confirmou esta terça-feira o Ministério da Saúde daquele país africano. A sétima morte ocorreu no distrito de Nhamatanda. Na frente da reconstrução de infraestruturas, o Governo moçambicano decidiu instalar um gabinete autónomo.

Carlos Santos Neves - RTP /
Está em marcha desde a passada quarta-feira uma campanha de vacinação contra a cólera em território moçambicano Mike Hutchings - Reuters

Três dos casos fatais ocorreram no distrito da Beira. Dois foram registados em Dondo e outros dois em Nhamatanda. Neste distrito, o número de casos notificados de cólera ascende a 535.Está em marcha desde a passada quarta-feira uma campanha de vacinação contra a cólera em território moçambicano.

Após tratamento, ainda segundo o Ministério moçambicano da Saúde, 98 por cento dos casos têm recebido alta. Há 76 por solucionar: 42 no distrito da Beira, 23 em Nhamatanda, nove em Dondo e dois no distrito de Buzi.

A campanha de vacinação tutelada pela Organização Mundial da Saúde já abrangeu 745.609 pessoas. Buzi superou mesmo o número previsto.

A cólera é uma doença tratável que causa diarreias. Se não for travada atempadamente, pode causar a morte por desidratação. O consumo de água e alimentos contaminados está na origem da maior parte dos casos.
Nasce Gabinete de Reconstrução

Esta terça-feira o Governo moçambicano aprovou um diploma para a criação do denominado Gabinete de Reconstrução Pós-Idai, estrutura à qual caberá coordenar a recuperação de infraestruturas após a catástrofe.

“O objetivo é assegurar uma correta coordenação de todo processo de avaliação, planificação e implementação dos planos para o programa de reconstrução, provendo uma rápida recuperação nas zonas afetadas”, indicou Ana Comoana, porta-voz do Conselho de Ministros moçambicano, citada pela agência Lusa.

“O que se pretende é que esse gabinete olhe para os aspetos de desenvolvimento económico e social. Ou seja, uma reconstrução na perspetiva de um desenvolvimento integral”, acrescentou.

Esta nova estrutura vai laborar na dependência direta do Conselho de Ministros e de forma autónoma relativamente ao Instituto de Gestão de Calamidades. Integrará três elementos com uma missão de cariz temporário.

Os ventos e a chuva do Idai abateram-se a 14 de março sobre o centro de Moçambique, o Malawi e o Zimbabué. O mais recente balanço das autoridades moçambicanas refere 602 vítimas mortais e 1641 feridos. Foram afetadas mais de 1,5 milhões de pessoas no país.

c/ Lusa
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