A Tailândia implementou, no início deste ano, uma lei que proíbe a importação de resíduos plásticos, em resposta às preocupações dos efeitos da poluição no meio ambiente e na saúde da população.
De acordo com os dados divulgados do Parlamento Europeu, em 2022, cada cidadão europeu produziu, em média, cinco toneladas de resíduos. Desses, cerca de 1,1 milhões de toneladas foram exportados para a Indonésia.
Em 2024, o Parlamento Europeu aprovou medidas mais rigorosas relacionadas ao envio de resíduos para países terceiros. Atualmente, a exportação de resíduos plásticos para países que não integram a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos (OCDE) é proibida, sendo permitida apenas em situações excecionais.
Durante décadas, a China foi o principal destino dos resíduos plásticos do mundo. Após a proibição imposta pelo país, os resíduos passaram a ser enviados para alguns países do Sudeste Asiático, como a Tailândia.
No entanto, no início deste ano, a Tailândia proibiu a descarga de resíduos. A implementação dessa lei visa travar a inundação de lixo proveniente dos países mais ricos, que frequentemente é enviado para as nações mais pobres. A importação dos resíduos tem afetado a saúde dos cidadãos, poluído o ar e o oceano.
De acordo com as autoridades alfandegárias tailandesas, citadas pelo jornal britânico The Guardian, entre 2018 e 2021, mais de 1,1 milhões de toneladas de resíduos plásticos foram importados para a Tailândia.
A urgência da medida adotada deve-se ao facto de as importações de plástico serem mal administradas no país. Algumas fábricas acabavam por queimar os resíduos, causando elevados níveis de poluição e problemas de saúde a nível global.
As toxinas decorrentes da queima ou do processamento de plástico podem provocar doenças respiratórias, cancro, entre outras patologias.
Em novembro de 2024, no decorrer da quinta sessão do Comitê Intergovernamental de Negociações em Busan, foi elaborado um tratado com o objetivo de colocar fim à poluição por plásticos. Segundo as informações divulgada pelo site das Nações Unidas, António Guterres, secretário-geral da ONU, afirmou que o planeta “está a afogar-se na poluição plástica”.
Atualmente, a Tailândia enfrenta um grave problema relacionado com os resíduos produzidos na região e à ineficácia do seu tratamento, resultando, por vezes, no despejo de plástico no mar.
A ONU estima que, até 2050, possa existir mais plástico no oceano do que peixes.