Taiwan denuncia disparos com munição real no segundo dia de manobras da China

O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan confirmou que o Exército chinês realizou hoje disparos com munição real ao largo da costa norte da ilha, no âmbito das manobras militares lançadas por Pequim na véspera.

Lusa /
Eastern Theatre Command Handout via REUTERS

Segundo um comunicado oficial, os disparos começaram às 09:00 (01:00, em Lisboa), a partir da província de Fujian, no sudeste da China continental.

As unidades de artilharia de longo alcance do Exército de Libertação Popular (ELP) dispararam em direção a uma área marítima próxima da linha das 24 milhas náuticas (44,4 quilómetros) ao largo de Taiwan.

"As Forças Armadas responderam com sistemas conjuntos de tropas e de fogo, realizando um acompanhamento rigoroso da situação", indicou o ministério taiwanês, sem divulgar o tipo de armamento utilizado por Pequim.

O ministro da Defesa de Taiwan, Wellington Koo Li-hsiung, permaneceu no Centro de Comando Conjunto de Operações durante os exercícios, coordenando o estado de prontidão das unidades de reconhecimento, radar, vigilância, defesa aérea e outras forças, segundo o mesmo comunicado.

O Comando do Teatro Oriental do ELP já tinha anunciado os disparos com "fogo real de longo alcance" e afirmou que os exercícios tinham atingido os "efeitos desejados".

O objetivo declarado das manobras, apelidadas de `Missão Justiça-2025`, é enviar um sinal de advertência contra "forças externas" que tentem interferir na questão de Taiwan.

Durante o primeiro dia de exercícios, a China simulou vários cenários de combate, incluindo ataques a alvos marítimos e terrestres, bloqueios de portos e zonas estratégicas, operações antissubmarino e missões para garantir "superioridade aérea regional". Participaram caças, bombardeiros, veículos aéreos não tripulados (`drones`), fragatas e contratorpedeiros.

Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, entre as 06:00 de segunda-feira (22:00 de domingo em Lisboa) e as 06:00 de hoje, foram detetadas 130 aeronaves militares chinesas nas proximidades da ilha -- a segunda maior incursão aérea diária já registada.

Wellington Koo disse que a China "ignora as normas internacionais e recorre à intimidação e ameaça militar" e acrescentou que "as ações provocatórias do ELP prejudicam gravemente a paz e a estabilidade regionais e colocam em risco as atividades comerciais, o tráfego marítimo e as rotas aéreas".

 

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