Taiwan envia barcos de patrulha para conter incursões chinesas
Taiwan enviou hoje mais de uma dezena de barcos de patrulha para as águas em torno da ilha, visando monitorizar e repelir navios da Guarda Costeira chinesa, no âmbito dos exercícios militares lançados por Pequim.
Num comunicado, a autoridade marítima indicou que desde a manhã de segunda-feira detetou 14 embarcações da Guarda Costeira da China a "assediarem" zonas próximas das águas restritas das ilhas periféricas de Matsu, Kinmen, Wuqiu e Dongsha.
"A Guarda Costeira respondeu de forma imediata, destacando 14 barcos de patrulha para as respetivas áreas marítimas, numa vigilância paralela e individualizada, expulsando com firmeza as embarcações chinesas", referiu o organismo.
Outros navios foram enviados em apoio e foi ativado um centro de resposta de emergência, em articulação com o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan, para garantir a monitorização da situação.
Segundo a autoridade, "todas as embarcações nacionais e estrangeiras conseguiram transitar em segurança pelas águas adjacentes a Taiwan, sem ameaças ou interferências", graças à vigilância das forças costeiras.
Os exercícios militares chineses, designados "Missão Justiça-2025", vão decorrer até às 18:00 de hoje (10:00, em Lisboa) e incluem simulações de ataques a alvos marítimos e terrestres, operações de bloqueio de portos, ações antissubmarino e treino para obtenção de "superioridade aérea regional".
No primeiro dia das manobras, o Exército de Libertação Popular da China mobilizou bombardeiros, caças, contratorpedeiros, fragatas e veículos aéreos não tripulados (`drones`) para diferentes zonas em torno da ilha, que se governa de forma autónoma desde 1949, mas que Pequim considera parte inalienável do seu território.
O exército chinês confirmou hoje também o arranque do segundo dia de exercícios, num contexto de tensão crescente entre a China e os Estados Unidos e o Japão, devido ao aumento do apoio militar a Taipé e a visitas de altos responsáveis políticos japoneses à ilha.
A Guarda Costeira de Taiwan alertou para o "impacto significativo" dos exercícios na segurança da navegação e na atividade dos pescadores, sublinhando o seu empenho em defender a soberania nacional e a integridade das rotas marítimas.