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Telefonema entre Trump e Putin. Zelensky defende sanções que empurrem Rússia para "paz efetiva"

por Joana Raposo Santos - RTP
Zelensky instou os Estados Unidos a não se "afastarem das conversações e da procura da paz". Foto: Thomas Peter - Reuters

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou que o seu país está pronto para um cessar-fogo total e para negociações diretas com Moscovo, defendendo ainda sanções sobre a Rússia para a pressionar no sentido de uma "paz efetiva". As declarações surgem em reação ao telefonema de segunda-feira entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin.

"Se os russos não estão dispostos a pôr fim às mortes, devem ser aplicadas sanções mais severas. A pressão sobre a Rússia irá empurrá-la para uma paz efetiva", defendeu Volodymyr Zelensky.

“Se Putin apresentar exigências irrealistas, isso significará que a Rússia continua a arrastar a guerra e merece que a Europa, a América e o mundo atuem em conformidade, incluindo com mais sanções”, prosseguiu. Na visão do presidente ucraniano, “a Rússia tem de acabar com a guerra que começou e pode começar a fazê-lo a qualquer momento".

Zelensky rejeitou ainda as exigências russas para que a Ucrânia retire as suas tropas das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia, que Moscovo afirma ter anexado mas que ainda não controla totalmente.

"Ninguém irá retirar as nossas tropas dos nossos territórios", afirmou o líder ucraniano aos jornalistas.

Por fim, Zelensky instou os Estados Unidos a não se "afastarem das conversações e da procura da paz", já que "o único que beneficiaria com isso seria Putin".Putin rejeitou cessar-fogo incondicional de 30 dias
Trump e Putin falaram ao telefone durante duas horas na segunda-feira. No final, o líder dos EUA descreveu a conversa como “excelente” e o presidente russo como “muito informativa e muito franca”.

"Concordámos com o presidente dos Estados Unidos que a Rússia irá propor e está pronta para trabalhar com o lado ucraniano num memorando sobre um possível futuro acordo de paz, definindo uma série de posições, como, por exemplo, os princípios de solução e o momento de um possível acordo de paz", declarou Putin após a chamada.
O presidente russo recusou, porém, apoiar a proposta dos Estados Unidos de um cessar-fogo incondicional de 30 dias, com o qual a Ucrânia já concordou e que Washington tinha assumido como o principal objetivo da chamada telefónica.

Putin sugeriu ainda que os objetivos do seu país na guerra com a Ucrânia se mantinham inalterados.

Já Donald Trump escreveu na sua rede Truth Social que "a Rússia e a Ucrânia iniciarão imediatamente as negociações para um cessar-fogo e, mais importante, para o fim da guerra", acrescentando que “a Ucrânia pode beneficiar deste acordo”.

c/ agências
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