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Telefonema Putin-Trump. Presidente russo abre caminho a contactos com Kiev

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
AFP

Terminou o telefonema entre Vladimir Putin e Donald Trump, esta segunda-feira. O presidente russo abriu caminho a contactos com Kiev ao concordar trabalhar com a Ucrânia num memorando sobre possível acordo de paz. Donald Trump, por sua vez, disse que Moscovo e Kiev vão dar início às negociações para a paz "imediatamente".

O presidente russo descreveu a conversa, que durou mais de duas horas, como “muito informativa e muito franca” e disse que Moscovo estava pronta para trabalhar com a Ucrânia num memorando sobre um futuro acordo de paz.

"Concordámos com o presidente dos Estados Unidos que a Rússia irá propor e está pronta para trabalhar com o lado ucraniano num memorando sobre um possível futuro acordo de paz, definindo uma série de posições, como, por exemplo, os princípios de solução e o momento de um possível acordo de paz", disse Putin aos jornalistas logo após a chamada com o seu homólogo norte-americano.

O presidente russo disse que os esforços para acabar com a guerra na Ucrânia estão "no caminho certo" após as negociações de sexta-feira em Istambul, o primeiro encontro direto entre ucranianos e russos desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, há pouco mais de três anos.

Os contactos "entre os participantes nesta reunião e nas negociações foram retomados. Isto sugere que estamos no bom caminho", disse o chefe de Estado russo.

Putin defende que a Rússia e a Ucrânia “devem encontrar compromissos que agradem ambos os lados”, considerando que se forem alcançados acordos apropriados, então poderá haver um cessar-fogo.

"Gostaria de salientar que, no geral, a posição da Rússia é clara. O principal para nós é eliminar as causas profundas desta crise", disse Putin. "Precisamos apenas de determinar as formas mais eficazes de avançar em direção à paz", asseverou.
Trump diz que negociações vão começar "imediatamente"

Donald Trump, por sua vez, disse que Moscovo e Kiev vão dar início às negociações para a paz “imediatamente” e adiantou que o papa Leão XIV disse que estava “muito interessado” em organizar esse encontro. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, encontrou-se esta segunda-feira com o papa Leão XIV no Vaticano, onde convidou o recém-empossado líder da Igreja Católica a visitar a Casa Branca.

"A Rússia e a Ucrânia iniciarão imediatamente as negociações para um cessar-fogo e, mais importante, para o fim da guerra", disse o presidente norte-americano na sua rede social Truth Social. "Que o processo comece!”, rematou.

Trump adiantou ainda que "o tom e o espírito da conversa [com Putin] foram excelentes" e que a Rússia quer fazer um acordo comercial "em grande escala" com os EUA quando a guerra terminar. “A Ucrânia pode beneficiar deste acordo”, observou.

Putin agradeceu a Trump por apoiar o retomar das negociações diretas entre Moscovo e Kiev, depois de os dois lados se terem reunido na Turquia na semana passada para as suas primeiras negociações presenciais desde março de 2022. O presidente russo disse que Trump reconheceu o apoio da Rússia à paz, embora a questão principal fosse como avançar em direção a esse objetivo.
Trump falou também com líderes europeus

Inicialmente, esperava-se que Trump falasse com o presidente ucraniano a seguir à chamada com Putin, mas segundo a agência Reuters, o presidente norte-americano falou com Volodymyr Zelensky por “breves minutos” antes da chamada com Putin.

Tal como estava previsto, Donald Trump disse que entrou também em contacto com os líderes da Alemanha, França, Itália, Finlândia e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e adianta que estes "foram informados" do conteúdo da convsersa.

Após a conversa com Trump, Berlim disse que a Europa e os Estados Unidos vão "coordenar estreitamente" as negociações sobre a Ucrânia.

Von der Leyen agradeceu a Donald Trump pelo seu “esforço incansável” em conseguir um acordo de cessar-fogo para a Ucrânia. “É importante que os Estados Unidos continuem envolvidos”, disse.

Os líderes europeus também anunciaram que vão reforçar as sanções contra a Rússia. 
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