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Telescópio Hubble fotografa par de galáxias em espiral em aparente sobreposição
Estas duas galáxias em espiral estão a 800 milhões de anos-luz da Terra e parecem sobrepostas. A imagem foi captada pela grande angular da Câmara 3 do Telescópio Espacial Hubble, cuja sensibilidade e resolução permitiram os investigadores obter uma vista detalhada das duas galáxias.
O par de galáxias, um de seis fotografados pelo telescópio espacial em que uma galáxia se sobrepõe a outra, é conhecido como IC 4271 ou Arp 40.A observação do IC 4271 inclui-se num estudo alargado sobre o papel das poeiras galácticas na distribuição das energias de galáxias de espiral com pouca massa.
Acredita-se ainda que as galáxias em espiral se tornam galáxias elípticas à medida que as espirais envelhecem, mas não se conhece muito sobre o fenómeno, uma vez que, ao envelhecer, as estrelas perdem brilho e se tornam mais difíceis de detetar.
Uma das maiores galáxias em espiral conhecidas é a NGC 6872, cujas extremidades de braços distanciam entre si 522 mil anos-luz, equivalente a cerca de cinco vezes o tamanho da Via Láctea.
Em 2017, os astrónomos descobriram uma galáxia em espiral com 11 mil milhões de anos, chamada A1689B11 e localizada no aglomerado de galáxias Abell 1689 na constelação de Virgem, a qual deverá ajudar os cientistas a perceber como é que as galáxias transitam de “discos altamente turbulentos e caóticos” para discos mais organizados e finos, como o da Via Láctea.
De acordo com um comunicado da NASA que acompanhou a publicação da fotografia, a galáxia maior é uma Seyfert, classificada como ativa por possuir no seu centro um superburaco negro que expele material, o qual emite imensas quantidades de radiação.
Calcula-se que 10 por cento de todas as galáxias possam ser deste tipo, assim nomeadas pelo astrónomo Carl V. Seyfert que em 1943 descreveu estas galáxias em espiral com emissões muito brilhantes.
Os centros ativos das galáxias Seyfert são “brilhantes sobretudo quando observadas além do espectro de luz visível” explica o texto da NASA. Neste par, a galáxia maior é do tipo Seyfert II, por emitir nas ondas infravermelhas e de luz visível.
“Porque a IC 4271 é um tipo de galáxia Seyfert II, os comprimentos de ondas visíveis de infravermelhos dominam a imagem” refere o texto. “As cores desta imagem são primariamente luz visível, enquanto a cor violeta representa a luz ultravioleta e o vermelho os infravermelhos”.
Galáxias em espiral e elípticas
As galáxias em espiral são conjuntos de gases e de estrelas jovens e muito quentes a girar em torno de um centro. Outras galáxias são elípticas ou irregulares. A galáxia onde se encontra a Terra e o Sistema Solar, a Via Láctea, é uma espiral, tal como cerca de 72 por cento das galáxias até agora observadas pelos astrónomos, de acordo com uma estatística de 2010 do Telescópio Espacial Hubble.
A maioria das galáxias em espiral contém uma protuberância central rodeada por um disco de estrelas chato rodopiante. O centro é constituído por estrelas mais velhas e obscuras e acredita-se que contenha um buraco negro supermassivo.
O disco de estrelas que orbita o centro separa-se em braços de gases e de poeiras além de estrelas mais jovens com grande brilho. A formação dos braços continua a ser um mistério.
Uma teoria sugere que estes resultam de ondas densas que atravessam as extremidades externas do disco. Quando duas galáxias se cruzam estas ondas podem surgir à medida que a massa de uma galáxia afeta a estrutura da outra.
Uma das maiores galáxias em espiral conhecidas é a NGC 6872, cujas extremidades de braços distanciam entre si 522 mil anos-luz, equivalente a cerca de cinco vezes o tamanho da Via Láctea.
Em 2017, os astrónomos descobriram uma galáxia em espiral com 11 mil milhões de anos, chamada A1689B11 e localizada no aglomerado de galáxias Abell 1689 na constelação de Virgem, a qual deverá ajudar os cientistas a perceber como é que as galáxias transitam de “discos altamente turbulentos e caóticos” para discos mais organizados e finos, como o da Via Láctea.